Seguidores do ex-líder venezuelano Hugo Chávez sairão às ruas do país nesta quarta-feira para lembrar o primeiro aniversário da morte dele, o que representa um alívio para seu sucessor, Nicolás Maduro, que há um mês tenta conter protestos violentos.
Um ano depois de Chávez morrer em consequência de um câncer, um desfile militar e outras homenagens serão para Maduro uma oportunidade de recuperar as ruas e mostrar aos adversários que ele também é capaz de mobilizar as massas.
Dezenas de milhares de chavistas devem participar de atos em Caracas e outras cidades, homenageando o presidente socialista que passou 14 anos no poder, sendo adorado pelos mais pobres por causa dos seus programas sociais, na mesma medida em que era odiado pelas classes médias e altas.
Maduro comandará um desfile na capital antes de visitar um museu militar onde, em 1992, Chávez comandou uma tentativa de golpe que marcou o início da sua carreira política, e onde agora seu corpo está sepultado em um sarcófago de mármore.
"Chávez entrou para a história como o homem que reviveu Bolívar", disse Maduro, que costuma se referir ao antecessor como o segundo "libertador" da América do Sul, depois de Simón Bolívar, do século 19.
Mas, após um ano da sua morte, o debate na Venezuela não é mais em torno de Chávez, e sim de Maduro.
O ex-motorista de ônibus e líder sindical não tem o carisma de Chávez nem o domínio pessoal que ele tinha sobre o Partido Socialista Unido da Venezuela. Mostra-se também incapaz de resolver os muitos problemas do país, como a inflação, a deterioração dos serviços públicos e a disparada da criminalidade.
Em geral, os chavistas se mantêm leais ao desejo expresso por Chávez de apoiar Maduro. Até agora, os protestos não foram além de um núcleo da classe média, e os militares parecem fiéis ao governo, o que torna improvável uma reviravolta no poder como aconteceu na Ucrânia.
O feriado pela morte de Chávez emendou-se ao Carnaval, fazendo com que a Venezuela tivesse uma semana de recesso, tirando um pouco do fôlego dos protestos da oposição. Mesmo assim, um núcleo duro de estudantes e líderes oposicionistas radicais permanece nas ruas.
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