O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez mudanças no estratégico Ministério da Defesa hoje (5): Carmen Meléndez, 51, será a primeira mulher a comandar a pasta.
O anúncio de Maduro foi feito no Quartel da Montanha, no bairro de 23 de Enero, museu e mausoléu do presidente Hugo Chávez, morto em março.
Foi também a primeira vez em que o novo presidente venezuelano, um civil ao contrário de Chávez, fez promoções nas Forças Armadas. Ele ascendeu 189 militares hoje.
Meléndez, que foi promovida ontem a almirante-em-chefe, já ocupava um cargo ministerial. Foi nomeada por Chávez, em outubro passado, como chefe do Gabinete do Presidente, anunciada como uma espécie de "czar" para tentar melhorar a performance geral do governo, criticado por casos de corrupção e atraso em obras e programas. Em abril ela se tornou ministra de Acompanhamento da Gestão do Governo, com o início da gestão Maduro.
A almirante-em-chefe, que é especialista em logística naval e administração, substitui o almirante Diego Molero -ele provocou controvérsia ao declarar apoio ao governo chavista. Em abril, defendeu a eleição de Maduro.
Neste ponto, Meléndez parece querer marcar distância do antecessor. Questionada se pertencia ao partido chavista, o PSUV, respondeu: "Sou uma militar ativa", em entrevista ao jornal venezuelano "Últimas Notícias".
Em seus 14 anos no poder, Chávez, um tenente-coronel reformado, levou adiante o que chamava de "revolução cívico-militar" e ampliou os poderes das já influentes Forças Armadas no país. Além de ocuparem cargos em outros ministérios, quadros de origem militar governam 11 dos 20 Estados comandados pelo chavismo.
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