A Venezuela não cumpriu o pagamento de um contrato no valor de US$ 750 milhões com o Deutsche Bank AG e perdeu 20 toneladas de ouro usadas como garantia, segundo duas fontes com conhecimento direto do assunto. As reservas de ouro da Venezuela estão no pior nível em 29 anos.
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Como parte de um acordo de financiamento assinado em 2016, a Venezuela recebeu um empréstimo em dinheiro do Deutsche Bank e deu 20 toneladas de ouro como garantia. O acordo, que deveria expirar em 2021, foi liquidado antecipadamente devido à falta de pagamento de juros, segundo as fontes, que pediram para não serem identificadas.
Enquanto isso, o governo paralelo do líder da oposição, Juan Guaidó, pediu ao banco que depositasse US$ 120 milhões em uma conta fora do alcance do ditador Nicolás Maduro - o valor representa a diferença de preço de quando o ouro foi adquirido para os níveis atuais.
"Estamos em contato com o Deutsche Bank para negociar os termos sob os quais a diferença devida ao banco central será paga ao governo legítimo da Venezuela", disse Jose Ignacio Hernandez, procurador-geral de Guaidó. "O Deutsche Bank não pode se arriscar a negociar com as autoridades ilegítimas do banco central", particularmente depois que foi sancionado pelo governo dos EUA, disse Hernandez.
O Deutsche Bank se recusou a comentar e assessoria de imprensa do Banco Central da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
É a segunda vez em 2019 que o regime de Maduro não consegue compensar acordos de financiamento. O banco central perdeu o prazo de março para recomprar ouro do Citigroup por quase US$ 1,1 bilhão. Antes disso, o Banco da Inglaterra recusou-se a devolver US$ 1,2 bilhão em ouro venezuelano. O decrescente patrimônio de ouro tornou-se uma das últimas fontes remanescentes de Maduro para manter o regime e a lealdade dos militares.
A rede financeira global de Maduro está ficando cada vez menor devido a sanções, mas o ditador ainda conseguiu vender US$ 570 milhões em ouro no mês passado, fazendo com que as reservas caíssem para US$ 7,9 bilhões, o pior nível em 29 anos. O regime vendeu mais de 40% das reservas de ouro da Venezuela no ano passado, para empresas dos Emirados Árabes Unidos e Turquia, em uma tentativa desesperada de financiar programas governamentais e pagar credores.