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Disputa

Venezuela não reconhece jurisdição de Haia e mantém referendo para anexar região da Guiana

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez (em imagem de arquivo), disse que seu comparecimento à audiência da CIJ “não implica” reconhecimento de que a corte pode arbitrar sobre a disputa com a Guiana (Foto: EFE/Miguel Gutierrez)

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A ditadura da Venezuela reafirmou, em audiência realizada na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda, que não reconhece a jurisdição do tribunal a respeito de uma disputa com a Guiana pela região do Essequibo e que dará continuidade a um referendo para tentar anexar a área.

Na audiência, realizada na quarta-feira (15) e relativa a um pedido da Guiana para que a CIJ suspenda o referendo, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que “a Venezuela reafirma sua rejeição categórica à ação ousada da Guiana para interferir em seus assuntos internos”.

“Nada impedirá a realização do referendo marcado para 3 de dezembro”, disse Rodríguez, segundo informações da agência Associated Press (AP).

Ela também afirmou que sua presença em Haia “não implica de forma alguma o reconhecimento [venezuelano] da jurisdição deste honorável tribunal sobre a disputa territorial relativa à Guiana”.

No primeiro domingo de dezembro, a população venezuelana vai decidir numa votação se a ditadura de Nicolás Maduro deve tomar medidas para anexar cerca de 70% do território do país vizinho.

A Venezuela reivindica soberania sobre mais de 160 mil quilômetros quadrados de território guianense a oeste do rio Essequibo. Uma das medidas sugeridas na consulta é a criação do estado venezuelano da Guiana Essequiba na região.

A disputa vem desde o século 19, mas Caracas aumentou o tom sobre a briga depois que grandes reservas de petróleo foram encontradas na área disputada nos últimos anos. Antes do referendo de 3 de dezembro, a ditadura da Venezuela realizará uma prévia da votação no próximo domingo (19).

O governo guianense diz que o referendo e outras ações do regime de Nicolás Maduro podem afetar “a segurança do Estado da Guiana e, por extensão, da região do Caribe” e que as perguntas da consulta têm como objetivo “promover a reivindicação ilegal e infundada da Venezuela sobre mais de dois terços do território nacional da Guiana”.

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