Maduro (de bigode), ladeado por equipe do governo, agradeceu o apoio que recebeu na ONU| Foto: Palácio de Miraflores/Efe

Repercussão

Americanos criticam aprovação dada aos venezuelanos

Efe

A embaixadora americana na ONU, Samantha Power, criticou ontem a escolha da Venezuela como membro não permanente do Conselho de Segurança e acusou o governo de Nicolás Maduro de não cumprir a Carta da organização. "Infelizmente, a conduta da Venezuela na ONU foi contra o espírito da Carta da ONU e as violações dos direitos humanos que comete estão em conflito com as ideias da Carta", afirmou Power.

A embaixadora afirmou que os EUA "continuarão exigindo que o governo da Venezuela respeite as liberdades fundamentais e os direitos humanos universais da população do país". Power lembrou que os candidatos ao Conselho de Segurança "devem contribuir para a manutenção da paz e da segurança internacional e apoiar outros propósitos da ONU, incluindo a promoção do respeito universal aos direitos humanos".

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1.ª vez

Dona das maiores reservas petrolíferas do mundo, a Venezuela começou a importar petróleo pela primeira vez na história. O superpetroleiro Carabobo está a caminho do litoral venezuelano após ter sido carregado com 2 milhões de barris de petróleo, vendidos pela estatal argelina Sonatrach. Outros carregamentos virão no futuro.

Venezuela, Angola, Nova Zelândia, Espanha e Malásia foram eleitos ontem para integrar o Conselho de Segurança da ONU a partir de 2015. O mandato na mais alta cúpula da entidade é temporário e será de um ano. A Venezuela não sofreu oposição para concorrer ao assento dedicado à América Latina e ao Caribe, assim como a Malásia na candidatura para representar a Ásia. A Angola foi o único país a se candidatar para a vaga da África.

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O ministro das Relações Ex­­teriores da Venezuela, Ra­­fael Ramires, dedicou "esse grande triunfo" ao ex-presidente do país, Hugo Chávez, que morreu em 2013. Segundo ele, a vitória para o Conselho de Segurança ocorreu apesar de uma "campanha maligna contra nosso país".

Apesar das ligações do presidente Nicolás Maduro com a Síria e do apoio à Rússia na crise da Ucrânia, os EUA decidiram não se oporem publicamente à candidatura do país. A posição americana para o assento da América Latina na votação não foi revelada.

As votações são secretas e, para vencer, cada país precisa obter o apoio de dois terços dos membros da Assembleia Geral presentes. Caso todos os 193 integrantes participem, então um país precisará de 129 votos para ser eleito.

Turquia e Espanha disputaram vaga, mas não conseguiram os votos necessários nas primeiras rodadas. Os turcos acabaram perdendo apoio e a vaga da Europa ficou com os espanhóis.

O diretor do Observatório dos Direitos Humanos para a ONU, Philippe Bolopion, expressou preocupação com a nova composição da cúpula. "Os novos membros do Conselho de Segurança podem se provar mais problemáticos em questões de direitos humanos, com a saída de países favoráveis aos direitos e a chegada de outros com históricos ruins de votação", afirmou Bolopion em declaração.

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181 votos

Na votação para ocupar uma das vagas temporárias do Conselho de Segurança nas Nações Unidas, a Venezuela obteve o apoio de 181 dos 193 países que fazem parte da Assembleia Geral da ONU. Os venezuelanos foram os únicos candidatos da América Latina. Espanha, Malásia, Angola e Nova Zelândia também foram eleitos.