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O antichavista Juan Pablo Guanipa denunciou nesta quarta-feira (31) a perseguição a testemunhas e mesários que participaram das eleições presidenciais do último domingo, que reuniram registros de votação que, segundo a maior coalizão de oposição, apontam Edmundo González Urrutia como vencedor, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou Nicolás Maduro como presidente, uma vitória questionada por grande parte da comunidade internacional.
"Das coisas mais absurdas que estão acontecendo no momento, uma delas é a perseguição de testemunhas e membros das seções eleitorais. Querem tirar as atas para que não haja provas da vitória incontestável de Edmundo González Urrutia. Essas atas já são de domínio público", disse Guanipa na rede social X, ressaltando que a coalizão de oposição Plataforma Unitária Democrática (PUD) tem "em forma física e digital" as atas, que podem ser consultadas em uma página na internet.
Durante o dia da eleição e depois, a PUD denunciou que várias testemunhas foram impedidas de acessar as atas para garantir a transparência das eleições presidenciais.
Apesar disso, o bloco oposicionista diz estar que possui 85% das atas de apuração emitidas na votação, que dão a vitória a González Urrutia por uma ampla margem, graças aos documentos de verificação de testemunhas e mesários.
No entanto, o CNE anunciou que Maduro venceu por pouco mais de 704.114 votos contra González Urrutia, com 20% das atas de apuração ainda a serem concluídas, o que se traduz em mais de dois milhões de votos, cujo destino, até o momento, é desconhecido e que poderia alterar significativamente os resultados finais.
"Essa água já foi derramada no oceano e não há como contê-la. Já mostramos quem venceu em 28 de julho na Venezuela. Minha solidariedade e gratidão a essas corajosas testemunhas e membros da mesa que nos permitiram ter a verdade em nossas mãos e a nosso favor", disse Guanipa.
Ele também afirmou que os "senhores da ditadura não têm escapatória" e que "a farsa deles tem pernas curtas".
O Cater Center, que participou como observador nas eleições presidenciais da Venezuela, disse nesta terça-feira (30) que o processo não estava em conformidade com os parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e, portanto, "não pode ser considerado democrático".
