A Venezuela pediu a quatro diplomatas paraguaios que deixem Caracas em um prazo que o Paraguai considerou "exíguo", em uma nova rusga entre os dois países que mantêm relações congeladas há mais de três meses.
O Paraguai retirou seu embaixador de Caracas após a posse do presidente Federico Franco no lugar do socialista Fernando Lugo, que foi destituído em um polêmico processo de impeachment no final de junho. O embaixador venezuelano também deixou Assunção.
"Fomos notificados verbalmente (sobre a expulsão), e pedimos que o façam por escrito. Dizem que vão fazer e a partir da notificação por escrito, (os diplomatas paraguaios) têm 72 horas para abandonar o país. Nos parece um prazo extraordinariamente curto", disse o chanceler do Paraguai, José Félix Fernández Estigarribia, a uma emissora de TV de Assunção.
"Acredito que seja um fato irreversível que toma o governo da Venezuela, e que complica ainda mais a possibilidade de solucionarmos este tema... é um problema enorme, temos uma enorme quantidade de paraguaios na Venezuela", acrescentou o chanceler.
Autoridades venezuelanas contactadas em Caracas recusaram-se a confirmar a versão paraguaia.
A Venezuela considera que o impeachment de Lugo constituiu um rompimento com a democracia, uma posição que foi assumida também pelos países do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que suspenderam o Paraguai após a troca de presidente.
A decisão da Venezuela acontece no momento em que o Paraguai negocia com alguns países sul-americanos o retorno de seus embaixadores e a possibilidade de suspensão das sanções antes das eleições gerais previstas para abril de 2013, segundo autoridades do país.