A Venezuela pediu aos Estados Unidos na segunda-feira a extradição de um empresário que faz oposição ao presidente Hugo Chávez e é acusado de irregularidades administrativas em um banco de sua propriedade, as quais afetaram milhares de correntistas.
A procuradoria-geral venezuelana emitiu em julho uma ordem de busca e captura contra o dono do Banco Federal, Nelson Mezerhane, depois que as autoridades financeiras do país intervieram na instituição alegando problemas recorrentes de liquidez.
As autoridades presumem que Mezerhane esteja nos EUA. Ele também é acionista da Globovisión, um pequeno canal de TV muito crítico ao projeto socialista de Chávez.
"O Ministério Público invocou, para essa solicitação, um tratado bilateral em matéria de extradição entre os Estados Unidos e a Venezuela, que existe desde 1923", informou a procuradoria em um comunicado à imprensa.
As autoridades financeiras resolveram em agosto liquidar parte dos ativos do Banco Federal para pagar as dividas da instituição a seus clientes.
O banqueiro é acusado de vários delitos, como aproveitamento fraudulento de fundos públicos, aprovação indevida de créditos, apropriação e desvio de recursos financeiros, difusão de informações financeiras falsas e ocultamento de informações na declaração de dados da instituição.
Mezerhane rejeita todas as acusações e se nega a retornar ao país porque considera que não teria direito a um julgamento justo. Ele acusa Chávez de querer entregar-lhe uma "fatura política" por sua oposição ao governo.