Brasília – A Venezuela pediu ontem ao Brasil que sua entrada como membro pleno do Mercosul seja decidida antes do fim do ano, já que o país depende desta definição para traçar planos de desenvolvimento nacional, disse o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro.

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O chanceler afirmou que este assunto e a "integração produtiva" entre os dois países foram tratados na reunião que teve ontem com o ministro brasileiro, Celso Amorim, em Brasília. "Ratificamos a vontade política do governo bolivariano de que a Venezuela ingresse no Mercosul. Do ponto de vista técnico, está feito, só falta a aprovação dos Parlamentos brasileiro e paraguaio", declarou. "Esperamos uma definição nos próximos meses", disse Maduro.

Ele indicou ainda que "qualquer que seja a decisão" tomada pelos parlamentares brasileiros, os governos de Caracas e de Brasília "sabem como deve ser o processo de integração produtiva" entre os dois países. Ele confirmou que Amorim visitará a Venezuela no dia 30 de agosto, o que ajudará a "ter um mapa muito melhor" dos projetos de integração bilateral, num momento em que o comércio entre Brasil e Venezuela "aumentou mais de 60%" este ano sobre 2006.

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Maduro afirmou que seu país deseja que a necessidade da "definição" de sua entrada no Mercosul "seja compreendida" para avançar em planos de desenvolvimento "a médio e longo prazo".

Ele disse que espera que a Venezuela esteja "incorporada integralmente" ao Mercosul na realização da próxima cúpula de presidentes do bloco, em dezembro no Uruguai. "Não é uma chantagem em nenhum sentido. O processo de integração regional continua seu curso", ressaltou o chanceler. O chanceler argumentou que "a opinião pública, majoritariamente quer" que seu país seja membro pleno do bloco.

Por outra lado, disse que vê "com angústia" que o Tratado de Segurança Energética regional defendido pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, "não seja assumido com a urgência que o tema requer". "Estamos às portas de uma crise energética que pode ser um obstáculo ao desenvolvimento de nossas economias como antes foram as ditaduras e os planos neoliberais", afirmou.