O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse na quinta-feira que três homens acusados de espionar para a Colômbia foram detidos e serão processados. Ele também acusou os Estados Unidos de cumplicidade no caso.
A Venezuela diz que dois colombianos e um venezuelano foram presos no dia 2 de outubro sob a acusação de tentar subornar autoridades para obter informações sobre os militares do país para a agencia estatal de segurança da Colômbia, a DAS.
"Nós prendemos funcionários do serviço de inteligência colombiano espionando na Venezuela. Eles foram presos e nós os levaremos a julgamento", disse Chávez. "Quem está por trás disto? A mão dos Estados Unidos".
Chávez, um crítico da influência dos EUA na América Latina, disse esta semana que dois agentes da DAS foram presos na Venezuela. A Colômbia diz que somente um funcionário da DAS está detido e que não está claro por que ele foi preso.
O diretor da DAS, Felipe Muñoz, afirmou à Reuters na quarta-feira que o funcionário tinha ido à Venezuela a convite de um amigo.
"Nós estamos esperando para ver do que se trata tudo isto porque, oficialmente, não há funcionários da DAS na Venezuela realizando atividade alguma", disse ele.
O ministro do Interior da Venezuela, Tarek El Aissami, apresentou nesta quinta-feira aos parlamentares um documento interno da agência colombiana que, segundo ele, traz provas detalhadas da operação de espionagem.
História turbulenta
Colômbia e Venezuela costumam se estranhar por causa do conflito interno colombiano e o tráfico de cocaína que atravessa a fronteira entre os dois países, mas seu comércio bilateral de 7 bilhões de dólares só é interrompido temporariamente.
Em 2007, dois militares colombianos à paisana que se infiltraram nas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) foram encontrados mortos e com sinais de tortura na Venezuela, perto da fronteira.
As tensões se elevaram este ano quando Chávez suspendeu as relações com a Colômbia e tomou medidas para reduzir o comércio bilateral por causa do plano colombiano de permitir que tropas dos EUA tenham acesso a suas bases militares.
O acordo, que deve ser assinado esta semana, levantou preocupações na região, do Brasil ao Chile. O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, fez um intenso trabalho para mostrar que seu plano é apenas uma ampliação da cooperação militar existente com os EUA.
Chávez diz acreditar que as bases colombianas possam ser usadas para lançar um ataque contra o seu país, que é membro da Opep.
Uribe, o principal aliado dos EUA na América do Sul, recebeu bilhões de dólares em ajuda de Washington para combater o tráfico de drogas e as guerrilhas de esquerda, as mais antigas na América Latina.
A DAS está envolvida em escândalos. Seus agentes gravaram ilegalmente conversas de oponentes de Uribe e juízes do alto escalão colombiano. Ex-funcionários da DAS também estão sob investigação por colaborarem com esquadrões da morte paramilitares.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Copom aumenta taxa de juros para 12,25% ao ano e prevê mais duas altas no próximo ano
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast