Governo de Caracas alega ter descoberto plano de assassinato contra Nicolás Maduro.| Foto: Miguel Gutiérrez/EFE
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Três cidadãos americanos, dois espanhóis e um tcheco foram presos na Venezuela acusados de alegada conspiração para desestabilizar o país. O Ministro do Interior, Diosdato Cabello, fez um pronunciamento na mídia estatal acusando o grupo de terrorismo e dizendo que eles teriam viajado ao país para matar o ditador Nicolás Maduro e autoridades do governo em conluio com a Central de Inteligência Americana (CIA) e com o Centro Nacional de Inteligência (CNI) de Madri. Autoridades venezuelanas dizem ter apreendido centenas de fuzis.

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O Departamento de Estado dos EUA confirmou a detenção de um militar americano, mas negou o envolvimento do país. O governo americano afirmou estar ciente de “relatos não confirmados de mais dois cidadãos americanos detidos na Venezuela”.

“Quaisquer alegações de envolvimento dos EUA em um complô para derrubar Maduro são categoricamente falsas. Os Estados Unidos continuam a apoiar uma solução democrática para a crise política na Venezuela”, disse o Departamento de Estado americano em nota.

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As prisões ocorrem pouco mais de dois dias após os EUA sancionaram 16 funcionários públicos da Venezuela. No mesmo dia, um grupo de 49 países, além da União Europeia (UE), assinou uma declaração conjunta nas Nações Unidas, pedindo a "restauração das normas democráticas na Venezuela. Já o parlamento espanhol reconheceu o candidato da oposição Edmundo Gonzales como o verdadeiro eleito. O ex-candidato de oposição que apresentou provas de ter vencido Maduro nas urnas se exilou na Espanha recentemente após ter sua prisão decretada na Venezuela.

A pressão sobre a Venezuela acontece em meio à vitória fraudulenta de Maduro nas urnas. Em julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou o ditador como "reeleito". Porém, além de ser um órgão controlado pelo governo, até hoje o conselho não apresentou detalhamento da apuração dos votos, fato que vem sendo contestado por vários países, entre eles, Espanha e Estado Unidos.

Segundo o jornal espanhol El Pais, o Madri também negou as acusações de ligação de suspeitos presos com uma de suas agências de inteligência. De acordo com a publicação, fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol disseram que pediram informações sobre os detidos para “verificar as suas identidades e nacionalidade e para saber exatamente do que são acusados".

A suposta conspiração foi anunciada em rede nacional, pela televisão, pelo ministro do Interior venezuelano Diosdado Cabello. A alegação é que a ida dos estrangeiros à Venezuela fazia parte de um complô liderado pela CIA e pelo Centro Nacional de Inteligência (CNI) de Madri para derrubar o governo, segundo a BBC. A operação também apreendeu 400 fuzis dos Estados Unidos, disse Cabello.

O governo de Caracas disse que alguns dos presos teriam confessado que eles pretendiam trazer mercenários ao país para executar o alegado plano de assasinato. Além de Maduro, os alegados alvos seriam o próprio Cabello, a vice-presidente Delcy Rodrigues e uma série "de outros camaradas".

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Em 2020 dois ex-militares americanos também foram presos em outra alegada tentativa de matar Maduro. Na ocasião, a chamada operação Gedeón planejava infiltrar 60 combatentes em território venezuelano para tomar o aeroporto e sequestrar Maduro. Um então assessor do líder oposicionista Juan Guaidó disse ter feito contato com uma empresa de segurança americana para viabilizar o plano.

O político teria desistido da operação, mas membros da equipe ligada à empresa americana decidiram seguir com o plano de forma independente.