A Venezuela prendeu um militar de alto escalão da força aérea acusado de participar de um plano para matar o presidente Hugo Chávez, disse um parlamentar na sexta-feira (26), sinalizando um possível descontentamento militar contra o líder esquerdista.
Chávez, ex-coronel pára-quedista, tem expressivo apoio nos quartéis, mas frequentemente denuncia tentativas de golpe militar contra si, como neste mês, quando acusou oficiais da reserva de terem se mancomunado com os EUA para matá-lo.
O militar José Caraballo é o primeiro oficial da ativa a ser envolvido nesse caso. "Temos informação de que o general-de-divisão José Felix Caraballo Gómez foi detido", disse o parlamentar Mario Isea, presidente de uma CPI que apura o suposto plano.
Ele acrescentou que Caraballo tem ligações com um banqueiro também acusado pela conspiração, a respeito da qual Chávez divulgou gravações de áudio - provavelmente a prova mais contundente dessas acusações em vários anos. Nesta semana, o governo também deteve duas pessoas e apreendeu armas.
O ex-ministro chavista da Defesa Raúl Baduel disse recentemente que a politização dos quartéis imposta pelo presidente criou insatisfações. Atualmente, os soldados se saúdam com o grito de "Pátria, socialismo ou morte".
Há seis anos, Chávez chegou a ser deposto por um golpe, mas voltou ao poder com a ajuda de manifestações populares e com o apoio de alguns setores militares e do próprio Baduel.