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Venezuela prende prefeito opositor de Maduro; número de presos políticos no país passa de 1,9 mil
Rafael Ramírez Colina é membro de um partido opositor de Maduro| Foto: EFE/ Henry Chirinos

O regime de Nicolás Maduro na Venezuela prendeu na terça-feira (1º) o prefeito da cidade de Maracaibo, Rafael Ramírez Colina. Membro do partido oposicionista Primero Justicia, Ramírez Colina, que está no cargo desde 2021, foi detido por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) sob acusações de suposta corrupção, conforme informou o Ministério Público, comandado pelo chavista Tarek Saab, nesta quarta-feira (2).

Junto com Ramírez Colina, foram presos também David Barroso, diretor de segurança cidadã da prefeitura de Maracaibo, e outros dois membros da equipe de segurança do prefeito.

O regime de Maduro, através de seu aparelho repressivo, tem mirado desde a fraude eleitoral figuras ligadas à oposição, com acusações que são fortemente rechaçadas pelos partidos oposicionistas.

O Primero Justicia, em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (3), negou veementemente as acusações de corrupção feitas contra Ramírez Colina e denunciou a detenção do prefeito como um novo ato de perseguição política por parte do regime chavista.

“Rafael é um servidor público excepcional, homem intocável, que tem trabalhado com compromisso pelo bem-estar dos marabinos”, afirma o comunicado. O partido também destacou que o prefeito agora faz parte de uma longa lista de presos políticos na Venezuela, que cresceu substancialmente após as eleições presidenciais de 28 de julho.

Desde o pleito, marcado pelas denúncias de fraude pela maior coalizão de oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), que afirma que o candidato opositor Edmundo González Urrutia venceu as eleições, o número de presos políticos disparou na Venezuela.

Segundo o Foro Penal, organização não governamental que monitora as detenções políticas no país, o número de presos por razões políticas chegou a 1.905 no final de setembro, sendo que 1.767 dessas prisões ocorreram após as eleições. O regime de Caracas, no entanto, contesta esses números, afirmando que os detidos estão ligados a “atos de violência ou corrupção”.

Em resposta às acusações da oposição, o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, número 2 do chavismo, disse em um programa de TV nesta quarta que outras prisões relacionadas ao caso do prefeito de Maracaibo, que está localizada no estado venezuelano de Zulia, ainda ocorreriam.

“Foram capturadas algumas pessoas no estado de Zulia e [opositores] saíram para defendê-las. Vão se arrepender de ter feito isso quando tudo vier à tona, porque ali todo mundo está soltando a língua sobre como é o processo, e é por corrupção!”, declarou Cabello, sem apresentar provas para sustentar suas acusações.

Ele também criticou a defesa de Ramírez Colina – acusado por Cabello de utilizar dinheiro público para “financiar a violência municipal” -, por parte de seu partido e de outras figuras oposicionistas, que afirmam que o prefeito é mais uma vítima da perseguição política do regime de Maduro.

A crise política e social na Venezuela tem escalado desde as eleições presidenciais, e a repressão contra opositores vem aumentando. Além das prisões, protestos violentos foram registrados em várias partes do país, com o regime de Maduro reportando 25 mortes e mais de 2,4 mil detenções relacionadas às manifestações pós-eleitorais.

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