Manifestantes contrários ao regime de Maduro entram em confronto com a Guarda Nacional durante os protestos de 23 de janeiro, em Caracas| Foto:  FEDERICO PARRA / AFP

 

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 A ONU estima que mais de 350 pessoas foram detidas na Venezuela nesta semana, como consequência dos protestos em várias outras cidades e da ofensiva da oposição para deslegitimar o governo de Nicolás Maduro. 

Em declarações para a imprensa, a Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, indicou que espera que as autoridades façam uma investigação ampla e imediata também sobre as mortes e feridos registrados. 

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Para a chilena, todos os lados precisam agir para desfazer a "atmosfera cada vez mais incendiária" - apenas na quarta-feira, 23, foram mais de 320 detenções. Também se registrou uma onda de operações em propriedades em bairros pobres de Caracas, onde cerca de 180 protestos ocorreram ao longo da semana. 

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De acordo com a Alta Comissária, pelo menos 20 pessoas morreram ao receber disparos das forças de segurança ou membros de grupos armados ligados ao governo. A ex-presidente do Chile quer, portanto, "investigações imparciais" sobre o uso excessivo da força. 

"Estou muito preocupada com a situação na Venezuela, que pode rapidamente sair do controle com consequências catastróficas", disse. 

Seu temor é de que a violência que se registrou durante os protestos de 2017 volte a ocorrer, incluindo execuções sumárias, detenções arbitrárias em massa, repressão e ataques. 

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Bachelet pediu que as autoridades venezuelanas, em especial as Forças de Segurança, atuem com cautela para respeitar a liberdade expressão. Ela ainda lembrou que o uso desproporcional de violência é proibido pelo direito internacional. 

Diálogo 

Para a chefe da ONU para Direitos Humanos, os líderes políticos do país precisam "iniciar imediatamente" um dialogo para impedir que a situação se transforme em uma nova onda de violência. 

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Mas ela também mandou um alerta para Nicolás Maduro, apelando para que ele não feche as últimas vias de um dialogo ao colocar na prisão líderes políticos e sociais. 

"Três milhões de venezuelanas fugiram do país, outros milhões vivem em condições totalmente miseráveis. O que mais é preciso para que a liderança política coloque as pessoas em primeiro lugar, e não seus interesses?", questionou.

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