A Venezuela apresentará nesta semana uma proposta destinada a resolver a atual crise diplomática com a vizinha Colômbia, disse o chanceler Nicolás Maduro nesta terça-feira.
Depois de se reunir em Buenos Aires com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, Maduro disse que uma "proposta concreta" será apresentada na quinta-feira numa reunião do bloco União de Nações Sul-Americanas (Unasul) em Quito.
"Após ouvir essas conversas e ver a visão que a América do Sul tem sobre esta questão, nosso governo vai apresentar à Unasul uma proposta concreta que dá a metodologia para um plano de paz", disse o ministro.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, rompeu relações diplomáticas com a Colômbia por causa das acusações de Bogotá de que ele estaria sendo conivente com a presença de guerrilheiros colombianos no território venezuelano.
Chávez, que vê sua popularidade em baixa a poucas semanas de uma eleição legislativa, qualificou as acusações como "boatos" e disse que elas serviriam de pretexto para uma invasão colombiana com aval dos EUA, o que iniciaria uma "guerra de cem anos."
Maduro disse que as relações com a Colômbia deverão melhorar com a posse do novo presidente do país, Juan Manuel Santos, em 7 de agosto.
Santos esteve na segunda-feira em Buenos Aires com Cristina e com o marido dela, Néstor Kirchner, ex-presidente da Argentina e hoje secretário-geral da Unasul.
"O próximo governo da Colômbia precisará retificar sua relação com a Venezuela", disse Maduro. "Temos vontade política de construir um novo tipo de relação baseada em um respeito absoluto pela Venezuela."
O ministro, que saiu em missão pelo continente para expor os argumentos venezuelanos, também se reuniu com os presidentes de Brasil, Uruguai e Paraguai, e disse que ainda nesta semana encontrará os governantes de Chile, Peru e Bolívia.
A Venezuela reforçou sua presença militar na fronteira com a Colômbia, mas o clima na região é de tranquilidade. A maioria dos analistas considera improvável um conflito militar.
Os dois países têm tido frequentes atritos nos últimos anos, e em 2009 Chávez já havia restringido os contatos comerciais e diplomáticos com a Colômbia por causa de um acordo militar entre Bogotá e Washington.
O comércio bilateral, que já foi de 7 bilhões de dólares por ano, despencou desde então, e o governo colombiano anunciou nesta semana medidas para ajudar empresários da região da fronteira.