Vídeo:| Foto: REUTERS

Depois de meses de manifestações e acusações causadas pela saída polêmica do canal privado de televisão RCTV do ar na Venezuela, adversários e simpatizantes da medida preparam-se para ver neste domingo o fim do canal mais antigo do país.

CARREGANDO :)

À meia-noite, uma queda-de-braço iniciada anos atrás entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e alguns dos principais meios de comunicação do país terá um momento decisivo.

A emissora vai se despedir de seus telespectadores com uma pauta especial , reunindo os melhores momentos e programas transmitidos em seus 53 anos de existência.

Publicidade

Aliados de Chávez convocaram uma manifestação nas avenidas centrais de Caracas para demonstrar apoio ao fim da concessão do sinal aberto da emissora, que o governo chama de "golpista" e de favorecer a elite econômica.

As autoridades encontraram aspectos técnicos para a medida e para a criação de um canal de serviço público.

Já os opositores da decisão do governo, que a consideram uma retaliação política, fizeram um ato na véspera com buzinas e panelas , denunciando o que chamam de atropelo da liberdade de expressão.

Chávez classificou no sábado como "fechamento de um ciclo" a saída do canal e ameaçou os inimigos com contra-ataque em caso de violência, dizendo que tem um plano que passaria pelo aprofundamento de sua "revolução" socialista.

- Que não se enganem, porque o que fiz até agora é somente não renovar a concessão. Mas se eles responderem com ações ilegais, teremos que aplicar o peso da lei - disse o presidente esquerdista.

Publicidade

Os principais jornais destacaram a notícia de que as autoridades renovaram concessões a outros canais, incluindo o da televisão estatal, a Venevisión, principal rival da RCTV e que antigamente o presidente incluía na lista de meios "golpistas."

A relação com a Venevisión, do magnata Gustavo Cisneros, melhorou depois de uma reunião em 2004 mediada pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter. A emissora suavizou a linha editorial e tirou do ar alguns programas de opinião. Chávez rejeitou crítica de organismos internacionais, como o parlamento europeu, dizendo que a decisão é soberana e de acordo com as leis venezuelanas.

O Tribunal Supremo de Justiça rejeitou dois pedidos que tentavam evitar a saída do ar da RCTV e ordenou as Forças Armadas a tomarem os equipamentos de transmissão para garantir a continuidade do sinal da frequência desocupada, que será entregue a um canal público.

Veja também
  • Venezuelanos protestam contra fechamento de rede de TV
  • Militares controlarão instalações da RCTV
  • Mercosul rejeita pedido de apoio de Chávez a ação contra RCTV
  • Venezuela faz exibição de aviões russos sukhoi
  • Venezuela mobiliza Exército antes de fechar TV anti-Chávez
  • Chávez ignora resoluções de senadores dos EUA e Parlamento Europeu sobre RCTV
  • Deputados europeus censuram medida de Chávez na Venezuela
  • Senado dos EUA prepara resolução contra fim de canal venezuelano
  • Parlamento europeu debate caso da RCTV venezuelana