O número de presos políticos na Venezuela chegou, nesta quinta-feira (29), a um total de 1.780, sendo 1.581 prisões tendo sido efetuadas logo após a fraude eleitoral em 28 de julho, anunciou a organização Foro Penal, que tem catalogado o número de prisões arbitrarias que estão sendo realizadas pelo regime chavista.
Desse número, 114 são adolescentes, 230 mulheres e mais de 1,6 mil são cidadãos comuns, que, ao que tudo indica, foram presos por participar dos protestos em curso contra a ditadura de Nicolás Maduro, reeleito pelo chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para um terceiro mandato consecutivo na Venezuela.
A oposição, organizada na Plataforma Unitária Democrática (PUD), vem denunciando diariamente a fraude efetuada pelo CNE, que teve seu resultado ratificado pela Suprema Corte da Venezuela, controlada por uma aliada de Maduro, que não apresentou até o momento as atas eleitorais.
"Registramos o maior número de presos políticos na história da Venezuela no século 21", disse na segunda-feira (26) em entrevista à mídia independente Alfredo Romero, diretor do Foro Penal. "A situação pós-eleitoral inclui detenções de pessoas que apenas saíram para protestar", confirmou ele.
"O número de pessoas encarceradas permanece acima do número daqueles que foram libertados", revelou Romero, denunciando que "as possibilidades de visitas ou de acesso a comida podem ser nulas para os presos políticos”.
Desde a fraude de 28 de julho, o regime chavista fechou o cerco contra opositores, passando a perseguir qualquer um que questionasse o resultado das eleições. Diversos membros da campanha de Edmundo González Urrútia, representante da PUD que, segundo atas divulgadas pelo bloco opositor, ganhou as eleições por ampla margem, já foram presos e até o momento não tiveram seu paradeiro revelado para os familiares.
A situação inclusive está ficando apertada para o próprio González, que neste momento é alvo do procurador chavista Tarek Saab, que já anunciou que vai convocar pela terceira vez o opositor para que ele preste depoimentos sobre o site onde a PUD anexou as atas que coletou e que comprovam a fraude do CNE.