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Fila de abastecimento de combustível em Caracas | FEDERICO PARRA/AFP
Fila de abastecimento de combustível em Caracas| Foto: FEDERICO PARRA/AFP

A Venezuela vai adotar novas regras para a venda de gasolina, a mais barata do mundo. Com US$ 1 é possível comprar mais de 3 milhões de litros. E o combustível pode virar instrumento direto de controle político e social no país. Em um discurso durante o congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o ditador Nicolás Maduro levantou a possibilidade de vincular a compra de gasolina subsidiada pelo governo ao uso do “carnê da pátria”, um instrumento de identificação usado pelo chavismo para controlar, por exemplo, a participação dos inscritos em eleições por meio de oferecimento de subsídios e bonificações.

Maduro quer fazer um censo dos veículos que rodam no país e a partir daí determinar como “usar de forma racional” o combustível produzido no país mediante uma nova política energética. “Temos que ter um uso racional, justo, sempre justo (da gasolina), e isso necessariamente impactará mudanças em todo o transporte automotivo, e o carnê da pátria é a resposta, o censo é a resposta”, declarou Maduro.

Especialistas ouvidos pelo jornal venezuelano El Nacional consideram que esta será uma medida discriminatória e de controle político e social. O diretor da Federação Única de Trabalhadores do Setor Petrolífero da Venezuela, Iván Freites, afirmou que o refino nacional de petróleo está praticamente paralisado, porque a estatal petrolífera PDVSA não investiu e desmantelou as usinas.

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"Agora não há capacidade de produzir um litro de gasolina no país. O governo vem fazendo um truque: trocar petróleo por gasolina. A Venezuela é um país importador de combustível", disse ele ao El Nacional.

Em seu discurso, Maduro não mencionou uma alta nos preços da gasolina, mas disse que os preços atuais não são suficientes para cobrir os custos de produção, além de incentivarem o contrabando. Atualmente, com US$ 1 é possível comprar mais de três milhões de litros de gasolina na Venezuela.

Segundo Freites, a PDVSA está operando com apenas 40% de sua capacidade produtiva. Grande parte disso se deve ao governo não conseguir cobrir os custos. “Eles necessariamente têm que diminuir seu consumo no mercado interno para equilibrar as importações e só quem tem dinheiro poderá manter um carro”.

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