Saques e protestos foram registrados nos últimos dias no estado venezuelano de Sucre, afirmou nesta quarta-feira (22) o gabinete do presidente interino e líder da oposição ao chavismo, Juan Guaidó. Segundo o gabinete interino, pelo menos sete pessoas ficaram feridas nos protestos, incluindo duas que foram atingidas por armas de fogo.
Os venezuelanos protestam em meio à profunda crise econômica, hiperinflação e falta de combustíveis que afetam o país e tornam os venezuelanos mais vulneráveis em meio à pandemia do novo coronavírus.
Nesta quarta-feira, vários comércios foram saqueados em Cumanacoa, em Sucre, norte da Venezuela. Segundo o deputado Robert Alcalá, da Assembleia Nacional, os moradores do município dizem que os comerciantes aumentaram os preços nesta manhã e que a população passa fome.
Vídeos publicados em redes sociais mostram policiais tentando conter a situação tensa na cidade.
Guaidó se manifestou sobre os distúrbios em Sucre. "As consequências de suas mentiras virão para a ditadura", disse pelo Twitter nesta quarta-feira. "Eles subestimaram o povo, acreditando que a repressão e o medo podem conter o inevitável", acrescentou.
O líder opositor afirmou que a solução para tirar a Venezuela da crise é instalar "urgentemente" um governo nacional de emergência sem a participação "daqueles que atualmente usurpam o poder".
Também no estado de Carabobo foram registrados protestos nos últimos dias. Um grande número de motociclistas se concentrou em Valencia para protestar contra a falta de combustíveis, segundo o El Nacional.
A falta de combustíveis na Venezuela, país que tem as maiores reservas de petróleo no mundo, paralisam os transportes no país. A escassez se agravou com as medidas de quarentena social decretadas em 16 de março pelo regime do ditador Nicolás Maduro. Grandes filas têm sido formadas frequentemente em postos de várias regiões do país, segundo a imprensa local.
Segundo dados do regime, 288 casos de Covid-19 foram confirmados na Venezuela e dez pessoas morreram em decorrência da doença.
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