A Venezuela quer a punição de uma relatora brasileira que expôs na Organização das Nações Unidas (ONU) violações de direitos humanos praticadas no governo de Hugo Chávez. Gabriela Knaul Albuquerque e Silva denunciou, em carta ao governo de Caracas, a prisão arbitrária da juíza Maria Lourdes Afiuni Mora, acusada de corrupção. Segundo a brasileira, não há provas de corrupção, de acordo com o próprio Ministério Público venezuelano. A ONU suspeita que a juíza tenha sido detida por problemas políticos e por ter desagradado ao governo.
"A detenção da juíza Afiuni Mora, desde dezembro de 2009, é arbitrária", declarou a brasileira. Segundo ela, a prisão foi decretada depois que ela ordenou a libertação condicional do banqueiro Eligio Cedeno, que havia três anos esperava seu julgamento sem um processo estabelecido. Cedeno era considerado um dos inimigos de Chávez e ganhou asilo político nos Estados Unidos após sua libertação. Para a brasileira, a juíza sofreu uma represália, criando um clima de terror entre os magistrados da Venezuela que "não decidam suas causas conforme o designado pelo poder político".
Há uma semana, a delegação da Venezuela na ONU pediu a palavra no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para argumentar que a juíza está sendo julgada por "delitos de corrupção, abuso de autoridade" e por ter ajudado o banqueiro a escapar. Chávez havia pessoalmente pedido pena máxima ao banqueiro, considerado como um dos principais nomes da oposição no país. Os venezuelanos querem que a brasileira seja submetida ao código de conduta dos relatores da ONU. Na prática, pressionam para que Gabriela deixe de falar do caso.
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