A Human Rights Watch divulgou ontem um relatório em que denuncia violações de direitos humanos feitas por forças de segurança da Venezuela durante as manifestações que acontecem no país desde março. No documento, a organização informa sobre 45 casos de abuso policial e do governo contra mais de 150 pessoas em três estados venezuelanos e na capital Caracas.
Dentre os casos, estão agressões físicas graves e uso de munição letal contra manifestantes desarmados, prisões arbitrárias, abusos físicos e psicológicos contra presos e falta de garantia do devido processo legal.
O governo também é responsabilizado por permitir que grupos armados pró-governo, conhecidos como coletivos, agissem armados. "A comunidade internacional, principalmente a Unasul, deveria condená-los energicamente. Deve-se insistir que o governo de Maduro acabe com essas violações, liberte as pessoas detidas ilegalmente e leve à Justiça os agentes de segurança do Estado e os grupos armados responsáveis por ataques a manifestantes desarmados".
A investigação se baseou em fotografias, laudos médicos e decisões judiciais recolhidos durante março de 2014. Também foram registradas as tentativas de impedir o registro do protesto por ativistas e jornalistas.
Imprensa
O jornal El Universal, um dos mais tradicionais da Venezuela, voltou a reduzir ontem o número de páginas em consequência da falta de papel provocada por um atraso nos trâmites de importação pelo governo, afirma a publicação.
Diversos veículos do país têm sofrido com a escassez da matéria-prima, devido à fuga de dólares do país e do controle da moeda estrangeira pelo governo. Opositores acusam o presidente, Nicolás Maduro, de estar aproveitando o desabastecimento para prejudicar veículos de imprensa críticos ao governo.
Por falta de papel, mais de dez jornais da Venezuela fecharam as portas, se limitaram às edições digitais ou reduziram o número de páginas.
Para obter o papel-jornal, as empresas devem pedir à Comissão de Administração de Divisas(Cadivi) permissão para comprar dólares.