O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (8) que seu país recebeu formalmente um pedido de asilo do ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que se encontra na zona de passagem do aeroporto de Moscou desde o último dia 23 de junho.

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"Recebemos uma carta de solicitação de asilo", informou Maduro a jornalistas, depois de se reunir com o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli.

Snowden "terá que decidir quando voa para aqui", acrescentou o líder venezuelano.

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Maduro anunciou publicamente na sexta-feira passada sua oferta de "asilo humanitário" ao ex-técnico da CIA com acusações aos Estados Unidos de "suscitar a loucura" e a "perseguição" após o incidente sofrido na semana passada pelo presidente boliviano, Evo Morales, na viagem de volta a seu país.

Morales precisou esperar 13 horas na terça-feira passada em Viena devido à negativa inicial de vários países europeus a que atravessasse seu espaço aéreo perante a dúvida que transportava Snowden.

"A América Latina está dizendo a este jovem: 'o senhor está sendo perseguido pelo império, venha para cá'", declarou Maduro, em alusão a outros oferecimentos similares de asilo oferecidos por Bolívia e Nicarágua.

Perguntado por possíveis represálias dos EUA, caso receba Snowden, Maduro, que ressaltou não ter entrado em contato com o ex-técnico da CIA, declarou que "os EUA não governam o mundo. Somos um país livre e soberano".

O ex-analista americano também já realizou uma solicitação formal de asilo à Nicarágua, recebida pela legação desse país em Moscou.

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A Casa Branca advertiu hoje que Snowden não pode obter permissão para viajar para outro país que não seja EUA, em resposta às ofertas de asilo que o jovem recebeu da Nicarágua, Venezuela e Bolívia.

Snowden, a quem ninguém viu desde que deixou Hong Kong no último dia 23 de junho com destino à capital russa, pediu refúgio em 27 países, segundo o Wikileaks, após revelar uma rede de espionagem em massa das comunicações telefônicas e Internet por parte dos EUA.

Neste momento, o informático está em Moscou sem passaporte, já apreendido pelas autoridades norte-americanas, mas lhe seria suficiente com um documento de viagem que faça as vezes de salvo-conduto até chegar a seu destino.