A Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb), da Venezuela, confirmou nesta quinta-feira (14) que duas pessoas morreram e outras seis ficaram feridas, entre elas três soldados, durante confronto entre os militares e garimpeiros ilegais na região amazônica do país.
Em comunicado, a Fanb explicou que, na quarta-feira (13), cerca de “400 soldados realizaram o despejo, desmantelamento e destruição de mais de 500 estruturas clandestinas utilizadas para a mineração ilegal” em um setor na fronteira com Brasil e Colômbia.
“No momento da abordagem, quando todas as pessoas ali presentes estavam sendo orientadas a deixar o local pacificamente, um grupo de mineradores atacou os oficiais, com armas brancas e de fogo, e de forma repentina e deliberada”, descreveu a Fanb no texto.
“Essa ação resultou em duas pessoas mortas e três feridas, além de três militares também feridos”, acrescentou a nota, que não deu informações sobre quem morreu, embora várias ONGs afirmem que se trata de dois homens.
O comunicado, assinado pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou que todos os feridos “estão recebendo a atenção médica necessária na rede militar e de saúde pública”.
O governo também informou que o ditador Nicolás Maduro “solicitou a ação imediata do Ministério Público, a fim de aprofundar as investigações correspondentes”.
Desde o dia 1º de julho, a Fanb expulsou da Amazônia venezuelana “mais de 12 mil pessoas suspeitas de serem garimpeiros ilegais, em uma ação impecável, estritamente enquadrada no sistema legal e, acima de tudo, com profundo respeito aos direitos humanos”, afirmou a instituição.
Por trás da extração ilícita de minerais, acrescentou o Ministério da Defesa, “são gerados inúmeros crimes, como prostituição forçada, tráfico de pessoas, contrabando e depredação do meio ambiente”, crimes pelos quais o governo local responsabiliza “terroristas colombianos”.
ONG contesta plano de combate ao garimpo ilegal
Apesar da propaganda da ditadura chavista, recentemente a ONG SOS Orinoco divulgou um comunicado que apontou que a Amazônia venezuelana continua sendo atingida pela atuação de garimpeiros ilegais.
A ONG disse que, apesar dos vários pedidos feitos pela organização, os militares não forneceram localizações georreferenciadas das minas destruídas ou provas conclusivas da cessação da mineração no cerro de Yapacana até 25 de agosto.
Ao mesmo tempo, a SOS Orinoco identificou por meio de georreferenciamento 3.316 hectares de minas ilegais dentro do Parque Nacional Yapacana, e imagens de satélite confirmaram que ainda existem grandes áreas onde estas operações seguem ativas.
A SOS Orinoco informou que não havia recebido informações sobre reação de grupos armados ilegais, e “a destruição de alguns poucos acampamentos e equipamentos levanta suspeitas de um possível pacto entre as guerrilhas e o exército venezuelano para criar a ilusão de sucesso enquanto a mineração persiste através de meios alternativos”. (Com Agência EFE)
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