Ruas de diversas cidades e estradas foram bloqueadas na Venezuela por manifestantes que protestam contra o governo do presidente Nicolás Maduro, segundo informaram jornais locais, prefeitos e outras autoridades nesta segunda-feira (24).
Os prefeitos dos municípios de Caracas El Hatillo, Sucre e Chacao, David Smolansky, Carlos Ocariz e Ramón Rapaz, respectivamente, todos opositores a Maduro, recorreram a emissoras locais e a Twitter para dar conta das zonas bloqueadas e solicitar aos manifestantes depor essa forma de protesto.
"Uma coisa são os protestos pacíficos, não violentos e inteligentes (...) e outra coisa é nos prejudicarmos entre nós", postou Smolansky no Twitter.
"Temos pessoas que devem ser atendidas por uma emergência, temos médicos que devem atender a seus pacientes, sensatez!", acrescentou.
Em entrevista à emissora "Unión Radio", o prefeito do Hatillo relatou que os manifestantes levantaram barricadas e permitiram o acesso ao município através de uma única via.
"O protesto não deveria nos prejudicar", ressaltou em consonância com líderes opositores nacionais que convocam a protestar contra o governo, mas também a fazê-lo sem recorrer a ações violentas.
Carlos Ocariz reportou, por sua vez, atrasos em várias regiões do município do Sucre, ao leste de Caracas, enquanto Muchacho reportou que a avenida principal de seu município e várias outras estão bloqueadas "por barricadas e manifestantes", embora algumas "já comecem a ser desbloqueadas", afirmou no Twitter.
As barricadas consistem fundamentalmente em lixo, escombros e grades de esgotos que os manifestantes colocam nas ruas.
Em outras cidades do país também são informados fechamentos de estradas e de avenidas principais de várias cidades, entre elas Valência, capital do estado Carabobo.
O prefeito de Valência, Miguel Cocchiola, declarou a várias emissoras que tentou dialogar principalmente "com os moradores da região norte da cidade para que abram alguma via" e destacou que "as manifestações pacíficas são as únicas permitidas".
"Apelo à paz, não queremos mais mortos nem famílias de luto (...); há espaços que temos que abrir, há lugares onde não pode passar uma ambulância, um policial nem o transporte de alimentos", declarou à "Unión Radio".
"Faço um apelo às pessoas que fazem guarimbas (barricadas populares)", porque inclusive há áreas de Valência com pessoas às quais "não chega água nem comida", ressaltou.
A Venezuela está imersa em uma onda protestos desde 12 de fevereiro quando uma manifestação pacífica em Caracas que gerou atos de violência contra edifícios públicos e morreram três jovens baleados, incidentes pelos quais estão detidos vários membros do Serviço de Inteligência (Sebin).