Testemunhas credenciadas para acompanharem as eleições presidenciais na Venezuela denunciaram irregularidades na instalação de mesas de votação em alguns estados do país por meio das redes sociais, nesta sexta-feira (26).
Os casos envolvem desde a instalação de mesas antes ou depois da hora prevista pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) - 8h desta sexta-feira (26), além de denúncias da falta de autorização para algumas testemunhas de partidos da oposição e da imprensa de acessarem os centros.
Segundo o jornal venezuelano Efecto Cocuyo, nos estados de Aragua, Zulia e Vargas, testemunhas credenciadas pelos partidos de oposição relataram que as mesas foram instaladas antes do horário anunciado, apesar da presença dos membros sorteados pela CNE ou de testemunhas.
Reclamações no processo de instalação das mesas também foram feitas nos estados de Carabobo e Aragua. Em um centro eleitoral de Carabobo, afirmaram que, além do início da instalação das mesas antes do horário estabelecido, não permitiram a entrada de testemunhas da Mesa da Unidade Democrática (MUD), integrante da oposição.
O jornalista Luis Gerardo Petit publicou no X vídeos de mobilizações para instalações das mesas de votação já na madrugada desta sexta-feira.
Uma das mídias mostra a Unidade Educacional Marcos Pereira Olivares, do município de Miranda, estado de Zulia, onde militares do Plano República começaram a instalar as mesas de votação às 5h41 e só permitiu o acesso, segundo ele, a pessoas alinhadas ao Partido Socialista da Venezuela (PSUV), de Nicolás Maduro.
Outro jornalista venezuelano, Eugenio Martínez, apontou que às 7h30 foram relatados casos de pessoas não treinadas que foram integradas como membros das mesas de votação.
O CNE ainda não se manifestou sobre o motivo da antecipação das instalações eleitorais, nem respondeu aos questionamentos se pessoas não credenciadas foram autorizadas a acessar os centros. A imprensa desvinculada do Estado continua pressionando por transparência no processo eleitoral deste domingo.