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América Latina

Venezuela vai às urnas e Chávez é o favorito

Caracas – A Venezuela decide hoje se vai dar ao presidente Hugo Chávez mais seis anos de mandato, para que ele siga adiante com sua "revolução socialista" contra os Estados Unidos, ou se apóia um governador que promete evitar que o país se transforme numa nova Cuba.

As últimas pesquisas de opinião mostram o presidente à frente, com uma vantagem de cerca de 20 pontos percentuais em relação a seu principal adversário, Manuel Rosales, governador do rico Estado petrolífero de Zulia, que já convocou seus seguidores a estar atentos à possibilidade de fraude.

Chávez aproveitou os abundantes recursos do petróleo para conquistar o apoio dos setores mais pobres da população com vários planos sociais, que são considerados ineficientes pela oposição.

O ex-pára-quedista de 52 anos, que já sobreviveu a crises políticas e até a uma tentativa de golpe, arrebanhou aliados na América Latina como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente argentino, Néstor Kirchner, mesmo que eles não compartilhem a mesma fúria de Chávez com relação às políticas do norte-americano George W. Bush.

"Vou ganhar estas eleições. Quem achar o contrário está bem perdido, compadre", disse Chávez nesta semana. Ele disse que, se vencer, estudará uma reforma constitucional que permita a reeleição ilimitada para cargos públicos.

Rosales, por sua vez, conseguiu reunir a fragmentada oposição venezuelana com um discurso populista que se concentrou principalmente em ataques à insegurança, ao desemprego e à política de vender petróleo a preços diferenciados para aliados como Cuba.

Uma vitória de Chávez, que se propõe a libertar a América Latina do jugo norte-americano, tal como Simón Bolívar ajudou a tornar a região independente da Espanha no século 19, seria uma má notícia para Washington.

Os contatos de Chávez com o Irã e a Síria também desagradam à Casa Branca, que no último ano já teve que engolir as vitórias eleitorais do esquerdista Evo Morales, na Bolívia, do sandinista Daniel Ortega, na Nicarágua, e do nacionalista Rafael Correa, no Equador.

Além disso, o presidente venezuelano considera o cubano Fidel Castro seu "pai" político, e a assistência econômica de Caracas a Havana permitiu à ilha sair da crise.

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