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O Ministério Público da Venezuela, controlado pelo chavismo, anunciou nesta sexta-feira (22) que abriu uma investigação contra a líder opositora María Corina Machado por - segundo o órgão - apoiar o projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que proíbe as instituições do governo americano de contratar pessoas ou empresas com vínculos comerciais com o regime de Nicolás Maduro.
Em um comunicado, o Ministério Público, sob liderança de Tarek Saab, aliado de Maduro, disse que decidiu iniciar essa investigação contra Machado para “ser acusada por sua promoção e apoio a esse absurdo legal que patrocina terríveis atos criminosos contra o povo venezuelano”.
O órgão argumentou que os pronunciamentos de Machado a favor do projeto de lei constituem o cometimento dos crimes de “traição”, conspiração com países estrangeiros, assim como associação para cometer crimes.
Na quarta-feira (20), Machado previu consequências para a ditadura de Maduro por causa desse projeto de lei.
“A lei Bolívar [oficialmente Lei de Proibição de Operações e Arrendamentos com o Regime Autoritário Ilegítimo da Venezuela] envia uma mensagem clara ao regime: a repressão e as atividades criminosas têm consequências, e ninguém poderá normalizá-las”, disse Machado na rede social X, embora o projeto deva ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
Por sua vez, o ditador venezuelano descreveu a lei como “lixo” e advertiu que os opositores que apoiarem o projeto estariam cometendo crimes e teriam que enfrentar “as consequências”, sem especificar quais.
Nesta quinta-feira (21), o Parlamento da Venezuela, controlado por aliados da ditadura de Caracas, aprovou a discussão de uma lei orgânica que busca banir da política nacional os cidadãos venezuelanos que solicitarem a países, “grupos ou associações terroristas” que imponham sanções econômicas contra a Venezuela.
O projeto de lei Bolivar foi apresentado pelos congressistas pelo estado da Flórida Mike Waltz, do Partido Republicano, e Debbie Wasserman Schultz, do Partido Democrata, que acreditam, segundo as palavras do primeiro, que os EUA devem “manter as sanções existentes contra o regime e procurar expandi-las para minimizar os recursos de Maduro para abusar das liberdades e da prosperidade do povo venezuelano”.