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Cidadãos venezuelanos que residem no exterior, fugindo da opressão ditatorial de Nicolás Maduro, denunciam por meio de protestos em diferentes partes do mundo que seus consulados têm dificultado o registo para votar nas eleições presidenciais de julho, nas quais o líder chavista busca a continuidade no cargo, eliminando os críticos do regime.
A manobra política foi observada em países da América Latina e da Europa, como Argentina e Espanha, onde eleitores e ativistas relataram impedimentos de exercer o direito de voto. Cerca de cinco milhões de pessoas deveriam participar da votação no dia 28 de julho, mesmo residindo fora do país, muitas delas membros da oposição exilados diante da perseguição do chavismo.
A ONG Transparência Eleitoral, que acompanha os processos eleitorais na América Latina, considera que os obstáculos são “sistemáticos e respondem ao fato do Conselho Nacional Eleitoral não ter enviado quaisquer orientações aos consulados".
Em resposta às reivindicações dos eleitores no exterior, as autoridades venezuelanas culpam os atrasos e dificuldades no envio das máquinas a sanções internacionais.
Segundo estimativas da ONU, aproximadamente oito milhões de cidadãos migraram da Venezuela desde 2014, fugindo da crise sem precedentes provocado pelo autoritário regime de Maduro. A população enfrenta escassez de alimentos e medicamentos, além de perseguição política, caso contrariem as ações ditatoriais do governo. No exterior, a rejeição à liderança de Maduro é generalizada.
O registro eleitoral venezuelano foi atualizado pela última vez em 2018 e conta, segundo números oficiais, com apenas 107 mil venezuelanos residentes em outros países. Destes, cerca de 40 mil estão registados nos Estados Unidos, onde não há possibilidade de voto uma vez que os consulados não funcionam desde 2019 devido ao rompimento das relações diplomáticas.