Uma caravana de veículos integrada por venezuelanos com nacionalidade norte-americana partirá na próxima quinta-feira (6) para Washington, onde os opositores se reunirão com congressistas americanos para pedir que sejam aplicadas sanções ao regime de Nicolás Maduro.
"Vamos ao Congresso com um só objetivo: que apoiem a resolução para que sejam impostas sanções aos 'chavistas' que 'pisotearam os direitos humanos dos venezuelanos ou reprimiram sua liberdade de expressão", destacou nesta terça-feira (6) Ernesto Ackerman, diretor da organização Independent Venezuelan-American Citizens.
Ackerman esclareceu que esta mobilização se caracteriza por ser uma iniciativa da sociedade civil venezuelana-americana, além de organizações opositoras, comprometida na denúncia da violação dos direitos humanos no país sul-americano por parte do "chavismo".
O diretor explicou que, uma vez concluída sua reunião com legisladores democratas e republicanos, partirão rumo à Casa Branca, onde "pediremos ao presidente [Barack] Obama que aplique estas sanções de maneira executiva", já que o líder, opinou, "não tem que esperar que o Congresso aprove uma lei".
Obama "pode aplicar as medidas de sanção em questão de horas", disse o ativista, um dos organizadores desta manifestação que sairá do sul da Flórida.
Posteriormente, a comitiva de protesto se concentrará na Organização dos Estados Americanos (OEA) para denunciar o "silêncio cúmplice" de alguns países-membros frente aos abusos perpetrados pelo regime de Maduro.
A mobilização, que tem sob o lema "Trip for Freedom", partirá de Miami, com três ônibus e carros, e de outros pontos dos Estados Unidos para convergir em Washington, explicou Ackerman.
"Pela primeira vez os venezuelanos com cidadania americana se mobilizam para fazer algo por nossa pátria, que é um mínimo sacrifício", ressaltou.
Nos mesmos termos se expressou José Antonio Colina, presidente do grupo do exílio Venezuelanos Perseguidos Políticos no Exílio (Veppex), que deixou claro que a manifestação parte, sobretudo, de um "movimento da sociedade civil, não de uma organização como tal".
"Queremos pressionar para que sejam aplicadas sanções contra dois funcionários militares, do regime, corruptos, que vieram guardar seu dinheiro" nos Estados Unidos e que violam os direitos humanos.
"A administração de Obama deve aplicar essas sanções", ressaltou Colina, uma medida que seria, disse, um "pontal na luta contra esse regime que a cada dia torna-se mais repressivo".
A Venezuela vive uma onda de protestos pacíficos contra as políticas do Executivo, lideradas pela oposição e estudantes desde 12 de fevereiro, que em algumas ocasiões ficaram violentas e que deixam um saldo de 41 mortos e mais de 700 feridos.
A ONG Human Rights Watch (HRW) apresentou na segunda-feira (5) em Washington os resultados de sua investigação sobre o uso da força contra os manifestantes que saem às ruas venezuelanas.
A HRM foi muito dura com o governo venezuelano e qualificou de "brutal repressão a registrada nos últimos meses na Venezuela, onde, precisa, houve um padrão sistemático de abuso dos direitos humanos a cargo das forças da ordem".
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