Centenas de pessoas participaram neste sábado (10) de uma passeata pelo centro de Caracas contra o referendo sobre a reforma constitucional proposta pelo presidente Hugo Chávez e aprovada pelo Parlamento.

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A manifestação, chamada de "Caminhada para o futuro. Não à reforma", foi convocada por partidos políticos da oposição como "Un Nuevo Tiempo", "Copei", "MAS" "Primero Justicia" e "La Causa R".

Puxada por um caminhão com alto-falantes, cartazes e bandeiras contra a reforma constitucional, os participantes saíram ao meio-dia do ponto de encontro e percorreram cerca de três quilômetros até a Avenida México, onde líderes estudantis fizeram discursos num palanque montado a poucos metros da Procuradoria de Justiça

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Os manifestantes seguravam uma faixa na frente da multidão com a frase "Nada é tão perigoso como deixar permanecer por longo tempo um mesmo cidadão no poder. O povo se acostuma a obedecer-lhe e ele se acostuma a mandar; daí se origina a usurpação e a tirania".

Reeleição eterna

A reforma constitucional, que prevê a reeleição presidencial por tempo ilimitado, amplia os poderes do Executivo e propõe a construção de um sistema socialista, foi apresentada pelo presidente Hugo Chávez à Assembléia Nacional em 15 de agosto e sancionada em 2 de novembro.

A proposta original era modificar 33 artigos, mas durante as discussões parlamentares foram acrescentados outros 36, de um total de 350 da Constituição bolivariana de 1999.

No protesto participaram também dirigentes políticos como o governador do estado de Zulia, Manuel Rosales, e o prefeito do município da capital de Chacao, Leopoldo López.

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Para Rosales, "é hora de deixar de lado os protagonistas pessoais ou políticos".

"É hora da Pátria, não hora dos partidos nem de protagonistas políticos", afirmou Rosales, que disputou as eleições contra Chávez em dezembro de 2006.

A reforma constitucional foi condenada pela Igreja Católica venezuelana, por organizações não governamentais e setores políticos que apoiaram Chávez, além do movimento estudantil da oposição política.