Milhares de venezuelanos estão indo nesta quarta-feira (28) às ruas das principais cidades do país e de outras partes do mundo para se manifestar contra o regime de Nicolás Maduro, exatamente um mês após a eleição presidencial que o chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) diz ter sido vencida pelo ditador.
Na semana passada, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, também controlado pelo chavismo, ratificou a “vitória” de Maduro, apesar de cópias de atas de votação disponibilizadas pela oposição num site terem comprovado a vitória do seu candidato, Edmundo González.
O CNE e o TSJ, por sua vez, não divulgaram documentos que comprovem que Maduro venceu.
“Venezuelanos, estamos fazendo história. Há um mês demonstramos que a soberania reside de forma intransferível no nosso voto”, escreveu González no X.
“Sei que estes últimos 30 dias foram difíceis, mas também foram uma prova da nossa unidade e determinação. A cada dia que passa, nossa voz fica mais forte e nossa luta mais firme”, acrescentou González.
“Hoje, um mês depois da nossa gloriosa vitória de 28 de julho, nós, venezuelanos, nos unimos, dentro e fora do nosso país, e gritamos com vigor”, escreveu também no X a líder da oposição, María Corina Machado.
Protestos anteriores contra a fraude eleitoral foram violentamente reprimidos pelo regime de Maduro, que também apertou o cerco sobre a oposição e a imprensa. Segundo o boletim mais recente da ONG Foro Penal, a Venezuela tem hoje 1.780 presos políticos, dos quais 1.581 foram detidos nos últimos 30 dias.
O observatório de violência Monitor de Vítimas apontou que 24 pessoas foram mortas na repressão chavista aos protestos.