Dezenas de milhares de venezuelanos foram às ruas nesta quarta-feira para pedir um referendo contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e denunciando o autoritarismo crescente em seu governo. Organizações de direitos humanos denunciam que pelo menos 39 pessoas foram detidas e mais de 20 ficaram feridas nas marchas convocadas oposição.
Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal, reportou no Twitter que detenções ocorreram em cinco dos 24 estados do país, a maioria em Sucre, enquanto entre os 20 feridos, três foram baleados em Maracaibo, capital do estado de Zulia.
Na capital, Caracas, manifestantes bloquearam a principal rodovia que atravessa a cidade, com palavras de ordem, como: “não à ditadura, sim à democracia”. O protesto de grande proporção pegou muitos de surpresa e realçou a grande frustração da população com a forma que Maduro tem lidado com a crise econômica.
A manifestação ocorre um dia depois do Congresso controlado pela oposição votar pelo início dos processos legais para a retirada de Maduro do poder. Isso depois do governo do presidente suspender uma tentativa da oposição de retirá-lo por meio de um referendo revogatório, o que é permitido pela Constituição.
A ação dos legisladores é em maior parte simbólica, já que a Suprema Corte, que é aliada a Maduro, proibiu o Congresso de passar quaisquer leis ou medidas.
Para muitos venezuelanos, as recentes movimentações do governo fecham qualquer possibilidade de mudar de forma pacífica e democrática o governo e aliviar a inflação de três dígitos e a escassez generalizada.
Já para apoiadores do governo, a oposição está tentando usar os protestos para executar um golpe. Maduro chamou a votação no Congresso na última terça-feira, que aprovou a abertura de um julgamento contra o presidente, de “golpe parlamentar”. O presidente convocou todas as autoridades, incluindo o presidente da Assembleia Nacional e o líder da oposição, Henry Ramos, a uma reunião emergencial na tarde desta quarta-feira, em Caracas.
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