O furacão Dorian perdeu força na madrugada desta quarta-feira (4), mas está maior e se movendo cada vez mais rápido. Seus ventos já atingiram o litoral nordeste da Flórida como uma tempestade tropical e ameaçam a região com inundações e ventos devastadores. Mais de sete mil pessoas estão sem luz, especialmente nos condados de Brevard e Indian River, segundo a CNN.
O olho do furacão, que agora é de categoria 2, está no Oceano Atlântico a 145 quilômetros de distância de Daytona Beach, seguindo ao nor-noroeste em uma velocidade de 13 km/h, uma rota que o levará paralelo à costa leste dos EUA pelo resto da semana, de acordo com o mais recente alerta do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, emitido às 6h desta quarta-feira. A velocidade máxima dos ventos no olho do furacão é de 165 km/h.
A maior ameaça, neste momento, está no litoral norte da Flórida. As regiões costeiras da Carolina do Norte correm risco de inundações nas próximas 36 horas.
"A Flórida provavelmente evitará os piores impactos, embora as áreas costeiras tenham longos trechos de ventos de tempestades tropicais ainda hoje e amanhã", disse Todd Crawford, meteorologista da The Weather Co., empresa da IBM. A tempestade, no entanto, ainda pode atingir o norte da Flórida, disse ele.
Ao se prepararem para a tempestade, os governos locais e estaduais da Flórida, Geórgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte ordenaram que moradores e empresas do litoral iniciassem evacuações.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou emergência para a Carolina do Norte, abrindo caminho para seu governo coordenar os esforços de ajuda a desastres, conforme necessário, de acordo com um comunicado da Casa Branca.
A concessionária Florida Power & Light restaurou o serviço de eletricidade para cerca de 60.000 clientes quando Dorian se aproximava da costa, disse o diretor de comunicações Dave Reuter em entrevista coletiva na manhã de segunda-feira. Muitos dos danos, segundo ele, foram causados por vegetação ou detritos que entraram em contato com a rede de distribuição ao serem levados pelos ventos.
7 mortes nas Bahamas
Nas Bahamas, o Dorian deixou muitas ilhas do país devastadas e matou pelo menos sete pessoas, informou o primeiro-ministro Hubert Minnis. Esse número tende a aumentar, segundo ele. Partes das ilhas Abaco "estão dizimadas" e há "inundações severas, danos graves a residências, empresas e outros edifícios e infraestrutura", disse ele em entrevista coletiva.
"Não acho que tenha havido uma área povoada em toda a bacia do Atlântico no registro climatológico que tenha experimentado a gravidade e a intensidade dos impactos que a ilha de Grande Bahama e a ilha de Abaco experimentaram nos últimos dois dias", diz Ryan Truchelut, presidente da Weather Tiger em Tallahassee, Flórida.
Na terça-feira, o governo das Bahamas fez um "apelo urgente" aos proprietários de barcos e jet skis para ajudar nas operações de resgate de moradores ilhados pelas águas da enchente.
O Furacão Dorian
Dorian está enfraquecendo em parte porque esgotou seu suprimento de água quente do oceano, permanecendo no mesmo local por dias, explica Truchelut. Ele prevê que a tempestade - puxada por um sistema de baixa pressão - não se mova para muito mais a oeste, mas ele disse que o leste da Carolina do Norte e do Sul ainda estão em grande risco.
"A história de Dorian será escrita em duas partes", diz Crawford, da The Weather Co. "Primeiro, a devastação total e a crise humanitária em partes das Bahamas e, segundo, os grandes impactos surpreendentes no sudeste e nordeste dos EUA". Segundo ele, os ventos que ocorrem nas áreas costeiras das Carolinas, no meio do Atlântico e até em Cape Cod, podem acabar sendo mais fortes do que o que a Flórida terá.