Bagdá Três terroristas suicidas vestidos com trajes femininos mataram pelo menos 74 pessoas em uma mesquita no norte de Bagdá, no mais sangrento ataque sectário dos últimos três meses no Iraque. O atentado, que também deixou mais de 140 feridos, foi cometido na mesquita xiita de Buratha, uma das mais importantes da capital e bastião do Conselho Supremo da Revolução Islâmica (CSRI), o principal partido da aliança xiita majoritária no Parlamento iraquiano.
Segundo testemunhas, dois dos terroristas, ambos homens, conseguiram entrar na mesquita antes de acionar os explosivos que escondiam sob os trajes negros típicos das mulheres xiitas. Uma terceira bomba foi detonada por uma mulher na entrada do templo. "Foi um ato covarde", lamentou o bombeiro Jawwad Kathim. "Toda vez que eu vejo essas cenas sangrentas meu coração se despedaça."
Foi o pior atentado suicida contra um alvo xiita desde novembro de 2005 e o mais grave ato de violência em geral desde 5 de janeiro, quando terroristas suicidas mataram cerca de 70 pessoas em Ramadi. "Os xiitas são o alvo, e este é um ato sectário", disse Jalal al Deen, um dos líderes do CSRI, que estava na mesquita no momento das explosões. "Não há outra motivação para um ato como este além do ódio sectário."
Jalal Eddin al Sagheer, o imã da mesquita e um dos principais líderes da coalizão xiita no Parlamento, confirmou que havia três terroristas. Segundo o clérigo, que escapou ileso, um dos homens-bomba tentou entrar em seu escritório antes de explodir.
Sagheer acusou políticos e clérigos sunitas de inflamar seus seguidores com uma campanha de "distorções e mentiras" contra a mesquita Buratha, afirmando que no local funciona uma prisão e um cemitério sunitas.
As explosões ocorreram no momento em que os fiéis deixavam a mesquita, após as orações de sexta-feira. Horas antes, o Ministério do Interior havia recomendado ao público evitar aglomerações próximas a mesquitas devido a um alerta de carro-bomba.
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