| Foto: Pixabay

O aplicativo de troca de mensagens Telegram mudou sua política de privacidade, e poderá entregar dados de seus usuários à Justiça caso alguma corte aponte que um suspeito de terrorismo o utiliza. A decisão, publicada nesta terça-ferira (28) nas definições de privacidade do app, se insere no contexto da batalha que o Telegram trava com a Rússia. 

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 Em abril, a Justiça do país determinou o bloqueio do aplicativo, o terceiro mais popular no país de Vladimir Putin. A empresa vinha se negando sistematicamente a entregar dados de usuários a pedido do FSB, o serviço secreto russo, que apontava a criptografia do Telegram como um entrave ao monitoramento de terroristas operando no país. 

 Um exemplo disso foi a coordenação do ataque ao metrô de São Petersburgo, no ano passado, feita a partir do app. 

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 A agência reguladora de telecomunicações russa, a Roskomnadzor , requisitou e conseguiu na Justiça o bloqueio do Telegram. Na prática, não funciona muito bem, pois a agência precisa localizar o IP (endereço na internet) de cada usuário e identificar o provedor por onde o serviço do Telegram está sendo ofertado. Mas o app pode migrar sua oferta para outros provedores, em diversos países. 

Sem mudança

 O fundador do Telegram, o russo Pavel Duron, disse que nada mudou em relação à sua relação com as autoridades de seu país natal. "Nós não estamos considerando nenhum pedido dos serviços [de segurança] russos", ele escreveu em rede social. 

Duron foi o criador da mais popular rede social russa, o VKontakte. Ele foi acusado informalmente de colaborar com manifestantes anti-Rússia na Ucrânia, e acabou expulso da empresa. Comprou cidadania do arquipélago caribenho de São Cristóvão e Névis e desenvolveu, com base em Londres e Berlim, o Telegram. 

 Ele é considerado uma espécie de persona non grata pelo governo de Vladimir Putin. O que não fica claro agora é se a ordem de uma corte russa irá ser acatada pelo Telegram -afinal de contas, os juízes russos têm uma longa fama de alinhamento com as políticas do Kremlin. 

 O site LinkedIn também enfrenta banimento na Rússia, mas por motivos comerciais: não mudou seus locais de armazenamento de dados de usuários para o território russo, conforme o Rozkomnadzor determinou.

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