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Tragédia

“Vi uma família morrer”, diz brasileiro

Lima – Até ontem à noite, a Embaixada do Brasil em Lima não tinha informações de brasileiros entre as vítimas do terremoto que atingiu o Peru na noite de quarta-feira. A embaixada estima que entre 3 e 4 mil brasileiros vivam no país, a maior deles parte concentrados na capital e nas regiões próximas à fronteira com o Brasil. Muitos brasileiros que moram em cidades atingidas relataram ontem como viveram os momentos de pavor durante o terremoto e nas horas depois do tremor.

O brasileiro Carlos Eugenio Barroso Pereira, que vive em Lima e precisou sair de uma casa e ir para uma praça no momento do terremoto, disse que ainda é muito grande o medo na capital peruana de que novos abalos possam resultar em tsunamis. "Estava em uma casa num bairro nobre de Lima quando ocorreu o terremoto. Tive tempo de sair para uma praça logo em frente. A terra movia de maneira muito intensa, os carros balançavam de um lado a outro. Muitas pessoas choravam, todos saíram às ruas e as comunicações entraram em colapso. Não temos celulares nem telefones de rua. Desde que vivo em Lima, nunca havia passado por algo assim", contou.

A brasileira Brenda Carvalho, apresentadora de um programa infantil na tevê peruana em Lima, estava no estúdio de gravação com 30 crianças no momento do terremoto. "Peguei as crianças e descemos as escadas de emergência do prédio. Quando chegamos até a rua, vimos a imagem do caos. Os postes estavam dançando e os carros se movendo. O céu ficou branco e as pessoas corriam gritando e chorando", disse ela.

Fernando Barrios é médico em Pisco, uma das cidades mais afetadas pelo terremoto, e conta que viu pessoas serem soterradas em uma casa próxima do hospital. "Foi uma cena horrível. Não temos como saber se existe gente com vida embaixo dos escombros, mas certamente há muitos cadáveres. Vi uma família morrer. A situação no hospital da cidade é caótica: estamos sem água, sem energia e com todo o prédio repleto de feridos precisando de atendimento. As condições sanitárias são péssimas e o risco de infecção é muito grande", disse.

O executivo brasileiro Juliano Cardoso, 38 anos, contou que foi "testemunha de tremores por 30 ou 40 vezes no Chile, onde vivo há 4 anos, mas nunca vivi um terremoto como este".

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