Uma pílula cor de rosa destinada a estimular a libido feminina apresenta poucos resultados satisfatórios e expõe as usuárias a riscos inaceitáveis, disseram consultores do governo norte-americano na sexta-feira, vetando a comercialização da droga e impondo mais um revés para as pesquisas nesse campo.
"A eficácia não é suficientemente robusta para justificar os riscos," disse Julia Johnson, presidente da comissão consultiva e chefe do departamento de ginecologia e obstetrícia da Escola Médica da Universidade de Massachusetts.
Testes do laboratório alemão Boehringer com a droga chamada flibanserin resultaram em casos de depressão, desmaios, fadiga e outros problemas.
Espécie de versão feminina do Viagra --droga contra a disfunção erétil masculina, campeã de vendas em todo o mundo, da Pfizer--, o flibanserin deveria ser tomado todas as noites, na hora de dormir. Especialistas avaliam que o "Viagra cor de rosa" teria um mercado de bilhões de dólares.
A Boehringer queria aprovação para que o remédio fosse receitado a mulheres antes da menopausa, com uma perda persistente, incômoda e inexplicável da libido.
A droga, que surgiu como antidepressivo, supostamente age nos neurotransmissores envolvidos na excitação sexual, segundo o laboratório.
Por unanimidade, os 11 membros da comissão (sete mulheres e quatro homens) consideraram que a relação risco/benefício era inaceitável, e 10 entenderam que não havia dados suficientes sobre a eficácia.
A decisão final sobre o assunto cabe à FDA (Administração de Alimentos e Drogas), que normalmente segue os pareceres dos consultores.
Segundo a Boehringer, mulheres que consumiram a droga relatavam ter em média 4,5 experiências sexuais satisfatórias por mês, contra 2,8 de antes de tomarem o remédio. Os estudos duraram seis meses.
Quase 15 por cento das mulheres pararam de tomar o flibanserin antes que o estudo terminasse, por causa de possíveis efeitos colaterais. Boehringer disse que a maioria dos problemas relatados eram brandos. A comissão, porém, alegou que havia preocupação com o consumo prolongado.
O nome comercial proposto para a droga é Girosa. Ela não foi aprovada em lugar nenhum do mundo.
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