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Oriente médio

Vice da Al Qaeda critica Hamas por acordo de Meca

DUBAI (Reuters) - O vice-comandante da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, acusou neste domingo o grupo islâmico palestino Hamas de servir os interesses dos Estados Unidos ao concordar em respeitar acordos palestinos passados com Israel, em uma acordo mediado pela Arábia Saudita com a facção Fatah, que tem apoio norte-americano.

"A liderança do Hamas entregou aos judeus grande parte da Palestina", disse o líder militante em fita de áudio, da qual a rede de televisão Al Jazeera divulgou partes.

"Eles venderam tudo para que pudessem manter um terço do governo e que governo...um governo ridículo", disse.

O Hamas e a facção rival Fatah concordaram, durante encontro em Meca há um mês, em formar um gabinete de coalizão, medida que ajudou a acabar com semanas de combates sangrentos entre os grupos, principalmente na Faixa de Gaza, onde mais de 90 pessoas morreram.

Zawahri disse que o acordo de Meca é parte de uma tentativa do "satã Estados Unidos e seu agente saudita" de forjar uma solução falsa para o conflito entre árabes e israelenses para destruir a resistência islâmica à ocupação israelense.

"A liderança do governo do Hamas cometeu uma agressão contra os direitos da nação islâmica ao aceitar o que chamou...de respeitar acordos internacionais."

O Hamas, que ganhou as eleições palestinas em janeiro de 2006 e tirou o Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, do poder, rejeita reconhecer Israel. Mas o acordo de Meca feito com o Fatah contém uma vaga promessa de "respeitar" pactos existentes entre israelenses e palestinos.

Zawahri disse que a liderança do Hamas "caiu em um pântano de rendição". A autenticidade da gravação não pôde ser verificada de imediato.

Escavação em Mesquita

O clérigo egípcio criticou também a falta de ação de governos árabes e muçulmanos em relação às escavações israelenses abaixo e ao redor da mesquita de Al Aqsa, terceiro lugar mais sagrado do Islã, em Jerusalém.

"Israel cometeu uma agressão contra a santidade e Aqsa, mas os chamados governos de países árabes e muçulmanos não fizeram nada, a não ser gritar e denunciar."

Ele disse que o reconhecimento de Israel por países árabes e muçulmanos, ou seu desejo de fazer a paz com o Estado judeu ajudou as violações "sionistas e cruzadas" contra os muçulmanos.

Zawahri criticou o rei Abdullah da Arábia Saudita por sua iniciativa de troca de territórios por paz, adotada em uma cúpula árabe no ano 2002. O plano oferece reconhecimento diplomático de Israel em troca da retirada de terras ocupadas desde a guerra de 1967.

O líder militante disse que a iniciativa tem base no incentivo do colunista judeu norte-americano Thomas Friedman a Abdullah, que na época era príncipe.

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