A polícia do arquipélago das Maldivas prendeu neste sábado (24) o vice-presidente do país, Ahmed Adeeb, acusado de tramar o assassinato do presidente, Yameen Abdul Gayoom, que há um mês saiu ileso de uma explosão em seu barco.
“Posso confirmar que [Adeeb] está detido e sob custódia policial. Foi preso sob a acusação de alta traição”, afirmou o ministro do Interior das Maldivas, Umar Naseer, em sua conta no Twitter.
Ele foi preso no aeroporto, quando retornava de uma visita oficial à China. Três soldados, incluindo um ex-membro da equipe de segurança de Adeeb e um membro do esquadrão de bomba do exército, também foram presos, segundo o vice comissário de polícia Abdullah Nawaz.
Gayoom nomeou Adeeb, 33, como seu vice no governo há três meses, depois de ter demitido, também por traição, o companheiro de chapa com o qual havia sido eleito, Mohamed Jameel. O presidente chegou a orquestrar com o Parlamento uma mudança na legislação eleitoral do país para reduzir a idade mínima do cargo de 35 para 30 anos para permitir a nomeação do seu então ministro de Turismo.
Há dez dias, o presidente também destituiu o ministro da Defesa e o comissário de polícia por conta da explosão de seu iate, em 28 de setembro, que deixou sua mulher e outros dois passageiros feridos e foi classificada como tentativa de assassinato do governante. Segundo investigação do caso, a bomba foi colocada sob um assento do barco normalmente ocupado pelo presidente.
Pouco após o atentado, rumores começaram a circular sobre o envolvimento do vice. A polícia realizou diversas operações de busca em casas e empresas de pessoas ligadas a ele.
Adeeb, que assumiria a Presidência em caso de morte de Gayoom, nega.
Maldivas recebe críticas internacionais desde a condenação por terrorismo do ex-chefe de Estado Mohamed Nasheed, em um julgamento classificado pela ONU como injusto.
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