De acordo com a médica brasileira Faye Milicovfky, que mora em Cochabamba, na Bolívia, o vice-presidente boliviano, Alvaro García Linera, afirmou em um programa de rádio na manhã de ontem que o presidente Luis Inácio Lula da Silva garantiu que tomaria as mesmas medidas tomadas pelo governo boliviano com relação à nacionalização das refinarias do país, numa reunião em particular com Linera.

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"Escutei na rádio o vice-presidente dizendo que fez uma pergunta para o Lula: caso ele fosse boliviano, o que ele faria? O Lula disse que faria a mesma coisa que o governo daqui está fazendo", afirma Faye. "A questão da nacionalização dos hidrocarbonetos é discutida há muito tempo. Mas ninguém estava esperando que fosse tão de surpresa. Quem sabe isso aconteceu porque alguns setores sociais estavam bastantes inquietos, dizendo que o Evo não estava cumprindo as promessas", afirma o marido de Faye, Danilo Milicovfky, que é boliviano.

Para o professor boliviano de ciências políticas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Aldo Duran Gil, as empresas petrolíferas na Bolívia possuem agora duas alternativas. "Ou elas tentam reverter a situação, forçando uma negociação em que diminuam as perdas, ou terão de confrontar diretamente o governo, negando a nacionalização", diz. Para ele, a ação de Morales pode trazer uma instabilidade política ao atual governo da Bolívia. "O capital petrolífero se associa com alguns grupos contra o governo da Bolívia, isso pode levar a um quadro de instabilidade política. Resta saber como vai reagir a grande massa popular e o próprio Morales", afirma o professor.

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