O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, foi condenado nesta quarta-feira (13) a seis anos de prisão por associação criminosa por receber propina da construtora brasileira Odebrecht para beneficiá-la em licitações no país. O Tribunal Penal da Corte Nacional de Justiça (equivalente ao STJ brasileiro) considerou que Glas se aliou com o então diretor da empreiteira no país, José Conceição dos Santos, em troca de US$ 14,1 milhões (R$ 46,8 milhões).
Segundo o juiz Édgar Flores Mier, o vice foi um dos líderes do esquema, junto com seu tio, Ricardo Rivera, acusado de ser o intermediário da propina da construtora enviada por meio de empresas em paraísos fiscais como o Panamá.
Outras quatro pessoas foram condenadas. Flores ainda considera que há provas para julgar Glas e Rivera por peculato, enriquecimento ilícito, formação de quadrilha, ocultação de bens, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
O vice é acusado pelo Ministério Público de ter recebido propina para convencer o então presidente, Rafael Correa, a autorizar o retorno da Odebrecht ao Equador em 2010 -dois anos antes ela havia sido expulsa pelo mandatário.
Os promotores afirmam que ele foi beneficiado por subornos para beneficiar a empresa brasileira nas licitações para as construções de uma refinaria, um oleoduto e três projetos hídricos, o maior deles avaliado em US$ 370 milhões.
Glas está em prisão preventiva desde 3 de outubro por determinação da Justiça. Dois meses antes, foi afastado de seu cargo pelo presidente Lenín Moreno, ampliando a crise política com seu padrinho e agora desafeto Correa.
Glas nega as acusações e afirma ser vítima de uma perseguição política ao legado da Revolução Cidadã, alcunha para o governo de Rafael Correa (2007-2017). Após receber a sentença, o vice levantou a mão com o punho em riste.
O julgamento foi acompanhado por dezenas de militantes de sua ala da governista Aliança País.
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