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Diplomacia

Vice dos EUA: zona de defesa aérea da China causa "apreensão"

Biden (de frente) conversa com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em Pequim | Reuters/AP Photo/Andy Wong/Pool
Biden (de frente) conversa com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em Pequim (Foto: Reuters/AP Photo/Andy Wong/Pool)

A zona de identificação de defesa aérea (ADIZ, sigla em inglês) que a China declarou no nordeste da Ásia, no mar da China Oriental, causou "apreensão" na região, afirmou nesta quinta-feira (5) o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Pequim.

Em um encontro com empresários americanos durante sua visita oficial à capital chinesa, Biden, que na quarta-feira se reuniu durante cinco horas com o presidente do país, Xi Jinping, disse que "o recente e súbito anúncio chinês do estabelecimento de uma nova zona de identificação de defesa aérea causou, para dizer o óbvio, uma apreensão significativa na região".

"Fui muito direto sobre nossa posição e nossas expectativas em minhas conversas com o presidente Xi", afirmou o alto dirigente americano, que assegurou que apesar de tudo, os dois países têm a oportunidade de estabelecer "novas regras de comportamento".

A ADIZ que a China declarou no dia 23 de novembro inclui as ilhas conhecidas como Diaoyu, em mandarim, e Senkaku, em japonês, cuja soberania é reivindicada por Pequim e Tóquio.

Como resultado da declaração da zona, que irritou os países vizinhos e os Estados Unidos, Pequim exige agora que os aviões que sobrevoarem a área se identifiquem previamente e anunciem seus planos de voo.

Segundo Biden, que hoje também se reunirá com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, os Estados Unidos têm grande interesse no que ocorre na região porque "é um fato" que continuará sendo uma potência econômica e militar na Ásia Pacífico.

O vice-presidente americano se encontra em Pequim como parte de uma viagem pela Ásia que já passou pelo Japão e que terminará na Coreia do Sul, sua próxima etapa.

O estabelecimento da ADIZ chinesa foi o principal assunto da viagem de Biden, que tinha como objetivo original a promoção de investimentos e laços comerciais.

Boa parte da conversa entre Biden e Xi na quarta-feira tratou sobre a ADIZ, segundo funcionários americanos do alto escalão que falaram sob a condição do anonimato.

De acordo com os funcionários, Biden afirmou que "esperamos que a China dê passos para diminuir as tensões, evitar ações que possam levar a uma crise e estabelecer canais de comunicação com o Japão, mas também com outros vizinhos, para evitar o risco de um erro, um cálculo mal feito, um acidente e até uma escalada".

Por outro lado, o presidente da China expressou o ponto de vista de seu país, mas "escutou o que o vice-presidente tinha a dizer e agora, de acordo com o nosso de ponto de vista, depende da China. Veremos como se desenvolvem os eventos", acrescentaram os funcionários do alto escalão.

Durante o encontro, que começou com uma conversa a sós e continuou com uma reunião em que participaram suas respectivas equipes, para terminar com um jantar, Biden e Xi falaram também sobre a situação da Coreia do Norte e como o exemplo do Irã pode ser aproveitado para negociar o programa nuclear desse país.

"Uma combinação de pressão e diálogo, junto com a união da comunidade internacional - especialmente entre as potências globais - foi o que trouxe o Irã para a mesa de negociações para conversar de forma construtiva, e a mesma receita pode ser aplicada com a Coreia do Norte", segundo os altos funcionários americanos.

Além disso, Biden e Xi conversaram sobre o programa de reformas recém aprovado pelo regime chinês.

Segundo as mesmas fontes, Biden "afirmou que algumas dessas reformas vão levar anos para serem postas em prática, e necessitamos de progressos aqui e agora em temas difíceis".

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