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Venezuela

Vice e presidente da Assembleia devem governar na ausência Chavez

Em uma reunião realizada na quinta-feira (3) em Havana, partidários do presidente venezuelano, Hugo Chávez, firmaram um pacto de governabilidade para suprir a ausência do chefe de Estado. O vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o presidente da Assembleia Popular do país, Diosdado Cabello, devem governar juntos provisoriamente, enquanto os chavistas esperam a volta do presidente.

"Juramos em frente ao comandante Hugo Chávez que vamos estar unidos junto a nosso povo", disse Maduro, em declaração ao lado de Cabello, em uma fábrica de café na noite de quinta-feira.

Segundo o diário "Hechos de hoy", o acordo firma que, se Chávez não seja capaz de assumir o cargo em 10 de janeiro, Cabello será nomeado como presidente interino e irá convocar eleições, nas quais o chavismo vai dar apoio cerrado para candidatura de Maduro à chefe do Executivo.

Também na quinta-feira, o ministro da Informação e das Comunicações, Ernesto Villegas, informou a população de que Chávez sofre de complicações de uma grave infecção pulmonar, que causaram uma insuficiência pulmonar. No entanto, mais cedo, Maduro assegurou que o líder voltará ao país "mais cedo do que se imagina".

A reunião que firmou o pacto do governo provisório também contou com a presença de Adán Chávez, governador do estado de Barinas e irmão de Chávez; Rafael Ramírez, ministro do Petróleo e presidente de Pdvsa; Cilia Flores, procuradora-geral da república e esposa de Maduro; e Jorge Arreaza, ministro da Ciência e genro do presidente.

O acordo facilita uma possível transição política e passos que serão seguidos dentro do oficialismo. No entanto, segundo a oposição, o pacto foi marcado pelo "secretismo" e pela "supervisão" dos irmãos Castro, que governam Cuba e exercem uma forte influência na política venezuelana.

O jornal "Hechos de hoy" afirma que o chamado "Pacto de Havana" exclui a oposição da Mesa da Unidade Democrática do debate político e impede disputas democráticas no Parlamento, o que seria "um revés político para a história republicana da Venezuela e independência e autonomia do país", nas palavras do diário.

Neste sábado (5), a Assembleia Nacional da Venezuela vai realizar eleições para eleger sua cúpula, em uma sessão determinante para o futuro do país. Se Chávez não tomar posse, Cabello assumirá a chefia do Executivo até a realização de novas eleições. No entanto, ele pode passar o cargo se quiser ficar livre para apoiar Maduro em uma futura campanha presidencial ou servir de aliado do candidato no Parlamento.

Apesar de ser admitido a realização da reunião em Cuba, Maduro negou, em entrevista na fábrica de café, que a conversa de autoridades tenha tratado sobre uma possível transição.

"A transição ao socialismo é a única transição que existe aqui, com o presidente Chávez na liderança, eleito, reeleito e ratificado", respondeu Maduro, em sua declaração de quinta-feira.

Ao falar sobre o pacto, Cabello foi ainda mais enfático ao afirmar que "passarão mais de 2 mil anos até que isso (uma briga entre os chavistas) ocorra".

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