O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, leu ontem uma carta atribuída a Hugo Chávez e endereçada aos integrantes da cúpula entre América Latina e União Europeia, em Santiago, no Chile. Na mensagem, o mandatário defendeu que Cuba liderasse o grupo de latinos.
Chávez está internado há 45 dias em um hospital de Havana após a operação contra um tumor, que trata desde junho de 2011. De lá para cá, ele não fez aparições públicas e poucas informações sobre seu estado de saúde são reveladas pelo governo venezuelano.
Antes de ler a mensagem, Maduro mostrou a assinatura da carta, que foi feita com uma caneta vermelha e é a mesma do presidente. O resto da carta, de 12 páginas, foi digitado. Na carta, o venezuelano lamentou não estar na cúpula.
"Eu sinto muito não poder estar nessa reunião, mas, como todos vocês sabem, desde dezembro eu luto mais uma vez pela minha saúde", disse Chávez, que defendeu a posse de Cuba na presidência temporária da da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
"Os países da comunidade latina estão dizendo aos Estados Unidos com voz única que todas as tentativas de isolar Cuba fracassaram e fracassarão. Esta nomeação é um ato de justiça após mais de 50 anos de resistência ao criminoso bloqueio imperial", disse.
Além de criticar o embargo americano à ilha comunista, ele ainda reprovou o aumento da presença britânica nas ilhas Malvinas, reivindicadas pela Argentina. "Ambos os fatos violam todas as resoluções que emitiram a ONU. A Justiça está incontestavelmente do lado de Cuba e da Argentina."