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Em entrevista, Francia Márquez alegou que “a ditadura e a democracia de um país não se medem apenas pelo [lado] eleitoral”
Em entrevista, Francia Márquez alegou que “a ditadura e a democracia de um país não se medem apenas pelo [lado] eleitoral”| Foto: EFE/Sáshenka Gutiérrez

A vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, se recusou a classificar Cuba como uma ditadura e elogiou o sistema de saúde da ditadura castrista. As declarações fazem parte de uma entrevista à revista Semana, publicada na terça-feira (14).

“Podem falar o que quiserem, mas não podem tapar o sol com a peneira. Enquanto outros países enviam tropas e armas para muitas nações, Cuba envia médicos e isso não pode ser ocultado. Um país que sofre bloqueio há mais de 60 anos envia médicos para outras nações”, disse Márquez.

Em processo contra a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) na Justiça dos Estados Unidos, médicos cubanos argumentaram que a entidade apoia o tráfico de pessoas e a exploração do trabalho forçado por intermediar o envio desses profissionais para o exterior pelo regime castrista.

Na entrevista à Semana, Márquez desconversou quando perguntada se Cuba é uma ditadura. “Mas por quê? Ou seja, tem sido uma ditadura que sofre bloqueio, uma ditadura, como você diz, mas não envia armas [para outros países]. Envia médicos. Isso não é admirável?", respondeu.

“Você colocou o qualificativo [ditadura], eu não coloco dessa forma [...]. Respeito a autonomia de cada povo e a soberania de cada povo. Cada povo decide como se organizar politicamente”, acrescentou a vice de Gustavo Petro.

A jornalista insistiu e citou que o longo tempo de permanência de Fidel Castro no poder (49 anos) foi uma prova de que Cuba é uma ditadura.

Márquez então argumentou que, apesar da Colômbia ter eleições, “a desigualdade é a maior do mundo... a ditadura e a democracia de um país não se medem apenas pelo [lado] eleitoral”, mas também “pelas transformações sociais, se medem pela garantia dos direitos da sociedade”.

“Admiro o sistema de saúde [cubano], que apoiou a profissionalização, com bloqueio e tudo, de milhares de cidadãos, inclusive colombianos. Porque mais de mil se formaram lá e aqui não tiveram oportunidade, na nossa nação e no nosso país. Eles conseguiram isso em outra nação, alvo de bloqueio ou uma ditadura, como você diz”, alegou Márquez.

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