O vice-presidente do Iraque, Tareq al-Hashemi, que é acusado de crimes de terrorismo, disse neste domingo (25) em entrevista à agência de notícias AFP que não irá a Bagdá para ser julgado, elevando a perspectiva de fuga do Iraque. Hashemi, escondido em uma casa de hóspedes oficial do presidente iraquiano, Jalal Talabani, na região curda autônoma do país, reconheceu que seus guardas podem ter realizado os ataques, mas ele tem negado constantemente qualquer envolvimento.
O mandado contra Hashemi, emitido há quase uma semana, tem sido o foco de uma disputa política entre o primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki e o bloco Iraqiya, apoiado pelos sunitas, que é uma parte de seu governo de união nacional e do qual o vice-presidente é membro. Perguntado se retornará à Bagdá para enfrentar um julgamento, Hashemi disse à AFP: "Claro que não".
Ele atribuiu sua recusa a viajar para a capital à fraca segurança e à politização do sistema de Justiça. Segundo ele, a maior parte de seus guardas foram presos e suas armas confiscadas. Ele acrescentou que "não há segurança para o vice-presidente". "Como eu posso voltar à Bagdá, se eu não posso me proteger?"
"O Conselho Judicial do Iraque está sob controle e influência do governo central, e isso é um grande problema", acrescentou Hashemi em entrevista de uma hora em Qalachwalan, na periferia de Sulaimaniyah, a segunda cidade do Curdistão, durante o qual ele estava cercado por guardas desarmados. "É por isso que eu pedi para transferir o caso para o Curdistão... A Justiça não estará politizada aqui."
Desde que as tropas dos EUA concluíram sua retirada há uma semana, o Iraque entrou numa crise política, com Hashemi sendo procurando e Maliki pedindo a demissão do vice sunita após Hashemi chamá-lo de ditador "pior do que Saddam Hussein". As informações são da Dow Jones.
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