• Carregando...
Verónica Abad e Daniel Noboa, em ato oficial em Quito no ano passado
Verónica Abad e Daniel Noboa, em ato oficial em Quito no ano passado| Foto: EFE/José Jácome

A vice-presidente do Equador, Verónica Abad, apresentou uma queixa no Tribunal Contencioso Eleitoral (TCE) contra o mandatário do país, Daniel Noboa, medida que, caso seja aceita e avance para um processo, pode levar à destituição do político eleito em 2023 num pleito presidencial antecipado.

Segundo informações do jornal El Universo, Abad apresentou queixa contra Noboa, a ministra das Relações Exteriores, Gabriela Sommerfeld, o vice-ministro de Governo, Esteban Torres, e a assessora presidencial Diana Jácome.

No ano passado, Abad e Noboa, que já estavam distanciados, entraram definitivamente em disputa política quando ela foi designada em novembro, logo após a posse do presidente, como “colaboradora para a paz em Israel”, o que exigiu sua mudança para Tel Aviv.

Em um vídeo postado nas redes sociais no Dia pelo Fim da Violência contra a Mulher (25 de novembro), ela afirmou que uma das formas de agressão é “obedecer com medo, ser minimizada e enviada à guerra para morrer” – numa provável referência ao então recém-iniciado conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Hoje embaixadora equatoriana em Israel, Abad alegou na queixa ao órgão eleitoral do Equador que Noboa teria “diminuído a sua participação como mulher nas decisões políticas do Estado” e disse que os ministros e funcionários citados a teriam ofendido em declarações públicas.

A vice-presidente argumentou que todos incorreram em “infração eleitoral gravíssima” e violência política; se a queixa for adiante e o TCE der razão a Abad, os citados podem ser destituídos, ser obrigados a pagar multa e perder os direitos políticos por quatro anos.

Eleito no ano passado numa eleição antecipada convocada pelo antecessor Guillermo Lasso, Noboa já afirmou que pretende tentar outro mandato em 2025.

A gestão Noboa condenou a queixa de Abad. Em comunicado no X, a ministra do Governo, Michele Sensi Contugi, alegou que a denúncia é uma “grosseira tentativa de desestabilização e constitui flagrantemente um claro golpe de Estado”.

Mencionando uma “tentativa de desestabilização”, a ministra do Interior, Mónica Palencia, afirmou que Abad apresentou o pedido ao TCE “com o objetivo de destituir o presidente do cargo por meio de sanção e também obter sua inabilitação por quatro anos”.

“Ela pretende assumir o governo, ser a presidente do Equador e, além disso, desqualificá-lo [Noboa] para ser candidato à presidência”, declarou Palencia em mensagem na qual aparece escoltada por policiais.

“Não vamos permitir isso. Ela está argumentando que houve uma violação de seus direitos de participação com violência de gênero porque lhe foi dada a função exclusiva de embaixadora no Estado de Israel”, acrescentou.

A ministra disse ainda que a Polícia Nacional, o Ministério do Interior e o aparato de segurança, que inclui os militares, estarão vigilantes “para que a ordem estabelecida não seja quebrada, a Constituição não seja quebrada, a lei não seja quebrada”. (Com Agência EFE)

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]