Um vídeo divulgado ontem, no aniversário de um ano da queda do voo MH17 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia, mostra rebeldes pró-Rússia saqueando os pertences das vítimas do avião. No filme de 17 minutos publicado pela News Corp Austrália, separatistas vasculham as bagagem dos passageiros mortos.
A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, classificou as imagens como “doentias”. “É doentio. E 12 meses depois da tragédia, é profundamente preocupante que estas imagens tenham aparecido agora”, disse Bishop.
No vídeo é possível ver rebeldes e comandantes separatistas conversando pelo telefone em meio aos destroços do avião, sem saber ao certo se a aeronave abatida era comercial ou militar. “Olhem, são estrangeiros. São malaios”, diz um deles.
A ministra australiana disse não saber se as imagens da gravação são autênticas, mas ressaltou que elas são “coerentes” com a hipótese de que o avião foi derrubado por um míssil dos separatistas que combatem forças de Kiev no leste do país. Nesta semana, o órgão de investigação holandês de acidentes aéreos acusou os rebeldes pela queda.
Ontem, a tragédia foi lembrada na Ucrânia, na Holanda e na Austrália — os dois últimos, países com um grande número de cidadãos no voo. Moradores da vila ucraniana onde o avião foi abatido marcharam até o local do desastre. O premiê da Austrália, Tony Abbott, se lembrou da “selvageria” do ataque em uma cerimônia.
As autoridades ucranianas e os rebeldes pró-Rússia trocam acusações sobre quem abateu o avião. O ataque deixou um trágico saldo de 298 mortos.