São Paulo - O governo do Iraque divulgou ontem um vídeo que diz ser de um seguidor do partido Baath, do ex-ditador Saddam Hussein (1979-2003), confessando ter participado da organização dos ataques a bomba que, na última quarta-feira, deixaram 95 pessoas mortas.

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O homem, que mostra ex­­cessiva calma para alguém acusado de fazer parte do ataque mais violento do ano no Iraque, disse ter orquestrado os ataques com bombas com um líder do partido, agora declarado ilegal, Baath e que está morando na Síria.

"Um mês atrás Sattam Far­­han (o suposto chefe do partido Baath) me telefonou da Síria e me pediu para conduzir uma operação de bombas para desestabilizar o governo iraquiano", disse o homem calvo e com bigode, tido como o ex-chefe de polícia Wissam Ali Kadhim Ibrahim.

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"Liguei para uma pessoa de Mahmudiya (cidade ao sul de Bagdá) para que facilitasse a passagem de um veículo. Ele me pediu US$ 10 mil", acrescentou, referindo-se a um carro que foi carregado de explosivos em Khales, 80 km a nordeste de Bagdá.

"O veículo passou por dois controles, o primeiro no bairro de Rachidiya, e o segundo em Bagdá. Depois, o veículo chegou ao ministério das Finanças", afirmou o iraquiano.

Muitos seguidores de Saddam partiram para a Síria depois da queda do regime em 2003, e autoridades iraquianas frequentemente culpam países vizinhos por fomentar a violência no Iraque.

O porta-voz de segurança de Bagdá, Qassim al Moussawi, que mostrou o vídeo à imprensa, tinha anteriormente anunciado a prisão de um grupo de partidários do Baath que ele diz ter sido responsável pelos ataques de quarta-feira, que atingiu os ministérios do Exterior e das Finanças do país.

Os bombardeios deixaram mais de mil pessoas feridas, muitas delas atingidas por vidros estilhaçados das janelas dos edifícios dos ministérios.

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Os atentados aconteceram no sexto aniversário do ataque com um caminhão-bomba contra o prédio da ONU em Bagdá, que matou o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, enviado especial do então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e outras 21 pessoas.