Em um feito pioneiro, pesquisadores descobriram fragmentos de vidro nas crateras de Marte, oferecendo esperança para que se descubra se há ou houve vida no Planeta Vermelho.
Usando dados da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), da Nasa, a equipe da Universidade de Brown, que publicou a descoberta na “Geology”, detectou que os resíduos teriam se formado por causa de um violento impacto, provavelmente de algum asteroide.
Os cientistas Kevin Cannon e Jack Mustard são os principais investigadores do material enviado pela sonda da Nasa que explora o planeta.Eles apontam que grandes depósitos de vidro bem preservados estão presentes em várias crateras na superfície marciana.
A expectativa é que este vidro possa futuramente ser explorado para descobrir a possível existência de vida no planeta. É que o material pode armazenar e conservar moléculas orgânicas. Isso aconteceu na Terra recentemente: o pesquisador Peter Schultz descobriu material orgânico em vidros formados a milhões de anos e encontrados na Argentina.
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Para identificar minerais e tipos de rocha remotamente, os cientistas mediram o espectro da luz refletida na superfície do planeta. Mas o vidro criado por causa de um impacto não costuma ter sinais fortes de reflexo da luz. Ou seja, eles não conseguiam saber, com certeza, do que se tratava o material de cor verde.
“Vidros tendem a ser espectralmente brandos ou pouco expressivos, de modo que as assinaturas do vidro tendem a ser esmagadas pelos pedaços de rocha misturados com ele. Mas Kevin encontrou uma maneira de burlar esse sinal”, disse Mustard para a agência de notícias da Nasa.
No laboratório, Kevin misturou diversos tipos de poeiras com composição parecida com as das rochas e do solo de Marte e os colocou em um forno para que o vidro fosse formado. A partir daí, mediu o sinal espectral do vidro, para saber como ele refletiria. Usando um algoritmo, Mustard capturou sinais semelhantes enviados pelo sistema do veículo da Nasa que tirou as fotos.
Assim, os cientistas descobriram que as crateras tinham vidro em suas entranhas.
A região onde o vidro foi encontrado é uma das áreas onde a Nasa pretende pousar em 2020, em uma missão para coletar amostras de solo e de rochas.
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